São Paulo, sábado, 23 de junho de 2007

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Co-Rio diz que legado é problema do Estado

DA REPORTAGEM LOCAL

Atônitos sobre o que fazer após o Pan com as novas arenas esportivas incorporadas à paisagem urbana do Rio, os dirigentes ainda traçam planos.
Carlos Arthur Nuzman, presidente do Co-Rio (comitê organizador do Pan-07) e do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), exime-se de responsabilidade e diz que o plano de uso das arenas é função do poder público.
"Essa elaboração cabe ao ente governamental responsável pela obra. No entanto o COB está colaborando para que os governos tracem um bom plano de aproveitamento das instalações", afirma Nuzman.
Segundo Coaracy Nunes, presidente da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), o Parque Aquático Maria Lenk, localizado no Complexo Esportivo de Jacarepaguá, será administrado por sua entidade após os Jogos.
"Isso já estava no decreto que foi assinado pelo prefeito [do Rio] Cesar Maia. Mas as condições ainda não foram acordadas", pondera o dirigente, que pretende instalar no local uma escolinha de formação.
"Em dez dias, a gente coloca 7.000, 10 mil crianças nadando. Não há dificuldade. A Barra da Tijuca é uma região carente de piscinas públicas", comenta.
Coaracy sonha em usar a nova instalação como trunfo para um projeto de difícil realização: conquistar a sede de um Mundial de esportes aquáticos.
"Temos que organizar um campeonato desse nível no país, já que criamos estrutura para isso", defende o cartola.
O ciclismo, carente de eventos de pista, terá que criar um calendário de competições para utilizar o Velódromo, também erguido no autódromo.
"Apresentamos uma proposta ao COB há 60 dias. Queremos criar ali um centro de excelência", conta Adir Romeu, coordenador de pista da Confederação Brasileira de Ciclismo.
A idéia de Romeu é usar o Velódromo para treinamento de atletas de três níveis: formação, intermediário e seleção permanente. No total, cerca de 200 ciclistas usariam a pista.
Segundo o dirigente, o Velódromo coberto de Jacarepaguá é o melhor da América Latina. Só há um similar na Colômbia, potência da América na modalidade. O projeto da arena nacional está a cargo de uma empresa holandesa, e o piso será revestido de pinho da Sibéria.
"É o mesmo utilizado nas melhores pistas do mundo."
Já a Confederação Brasileira de Atletismo repassou a sua filiada a tarefa de elaborar um projeto para a pista do Estádio João Havelange, erguido pela prefeitura e que já consumiu R$ 380 milhões. "A federação do Rio tem mais condição de formular um plano de uso diário, com escolinhas e torneios internos", diz Roberto Gesta de Mello, presidente da CBAt.
Mesmo contando com uma pista similar à que será usada na Olimpíada de Pequim-2008, Gesta acha difícil o Brasil abrigar um Mundial de atletismo.
"Hoje o nível de exigência é muito grande e seria necessário um comprometimento dos governos por anos", explica ele. (ADALBERTO LEISTER FILHO)


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