|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Co-Rio diz que legado é problema do Estado
DA REPORTAGEM LOCAL
Atônitos sobre o que
fazer após o Pan
com as novas arenas esportivas incorporadas à paisagem urbana do Rio, os dirigentes ainda traçam planos.
Carlos Arthur Nuzman, presidente do Co-Rio (comitê organizador do Pan-07) e do COB
(Comitê Olímpico Brasileiro),
exime-se de responsabilidade e
diz que o plano de uso das arenas é função do poder público.
"Essa elaboração cabe ao ente governamental responsável
pela obra. No entanto o COB
está colaborando para que os
governos tracem um bom plano de aproveitamento das instalações", afirma Nuzman.
Segundo Coaracy Nunes,
presidente da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos
Aquáticos), o Parque Aquático
Maria Lenk, localizado no
Complexo Esportivo de Jacarepaguá, será administrado por
sua entidade após os Jogos.
"Isso já estava no decreto
que foi assinado pelo prefeito
[do Rio] Cesar Maia. Mas as
condições ainda não foram
acordadas", pondera o dirigente, que pretende instalar no local uma escolinha de formação.
"Em dez dias, a gente coloca
7.000, 10 mil crianças nadando. Não há dificuldade. A Barra
da Tijuca é uma região carente
de piscinas públicas", comenta.
Coaracy sonha em usar a nova instalação como trunfo para
um projeto de difícil realização:
conquistar a sede de um Mundial de esportes aquáticos.
"Temos que organizar um
campeonato desse nível no
país, já que criamos estrutura
para isso", defende o cartola.
O ciclismo, carente de eventos de pista, terá que criar um
calendário de competições para utilizar o Velódromo, também erguido no autódromo.
"Apresentamos uma proposta ao COB há 60 dias. Queremos criar ali um centro de excelência", conta Adir Romeu,
coordenador de pista da Confederação Brasileira de Ciclismo.
A idéia de Romeu é usar o
Velódromo para treinamento
de atletas de três níveis: formação, intermediário e seleção
permanente. No total, cerca de
200 ciclistas usariam a pista.
Segundo o dirigente, o Velódromo coberto de Jacarepaguá
é o melhor da América Latina.
Só há um similar na Colômbia,
potência da América na modalidade. O projeto da arena nacional está a cargo de uma empresa holandesa, e o piso será
revestido de pinho da Sibéria.
"É o mesmo utilizado nas
melhores pistas do mundo."
Já a Confederação Brasileira
de Atletismo repassou a sua filiada a tarefa de elaborar um
projeto para a pista do Estádio
João Havelange, erguido pela
prefeitura e que já consumiu
R$ 380 milhões. "A federação
do Rio tem mais condição de
formular um plano de uso diário, com escolinhas e torneios
internos", diz Roberto Gesta de
Mello, presidente da CBAt.
Mesmo contando com uma
pista similar à que será usada
na Olimpíada de Pequim-2008,
Gesta acha difícil o Brasil abrigar um Mundial de atletismo.
"Hoje o nível de exigência é
muito grande e seria necessário um comprometimento dos
governos por anos", explica
ele.
(ADALBERTO LEISTER FILHO)
Texto Anterior: Futurologia: O Rio em 2051 Próximo Texto: Eterna candidata Índice
|