|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Formação de professores
Atualização de docentes precisa ser facilitada
Colégio deve incentivar grupo de estudos e presença em seminários
THIAGO MOMM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Questionar as escolas sobre
os professores é uma "sutileza"
que a maioria dos pais ainda
não considera, mas deveria. A
afirmação é da coordenadora
do curso de pedagogia da Unicamp, Ângela Soligo, e reflete a
opinião de diversos especialistas ouvidos pela Folha.
Saber quem são os professores, se valorizam sua formação
continuada, se são acessíveis
aos pais, quais suas condições
de trabalho e até mesmo o que
têm lido são algumas sugestões
elencadas pelos especialistas.
Sobre a formação continuada, Soligo sugere. "É interessante saber se a própria escola
está promovendo essa formação, que oportunidades está
dando ao professor. Isso é um
diferencial", afirma.
Para que os professores se
mantenham atualizados, os colégios podem oferecer cursos,
seminários e assessoria de profissionais externos, promover
reuniões e grupos de estudo,
estimular a participação em
congressos. Na rede pública, há
cursos oferecidos por prefeituras e governos estaduais.
Faculdade
Para Maria Cecília Cortez, vice-diretora da Faculdade de
Educação da USP, mais importante que se inteirar desses
itens é saber onde os professores estudaram. "Tem que perguntar a faculdade que fizeram.
Nenhuma formação continuada substitui isso. É o que dá o
domínio básico do conteúdo."
Sobre o assunto, a doutora
em educação pela Unesp Iraíde
Barreiro faz um alerta para a
proliferação de faculdades particulares e de cursos à distância: "É algo que os pais devem
avaliar", afirma.
Tão importante quanto saber
quem são os professores é certificar-se do acesso a eles.
"Marcar reunião em dia de semana, por exemplo, é quase um
convite ao não-comparecimento. O colégio tem que oferecer
flexibilidade de horário", afirma Maria Cecília.
O contato de pais e professores não se dá, corriqueiramente, por telefone, diz Luis Antônio Laurelli, diretor de ensino
da escola Pueri Domus. Como
dar aula exige uma rotina, argumenta, esse contato deve ser
"como o que se tem com médicos" -ou seja, em horários previamente agendados.
Também pode ser observada,
principalmente no caso das escolas públicas, a quantidade de
professores substitutos: o excesso deles é ruim pois são profissionais com planejamento
comprometido. "Ser professor
efetivo dá tranqüilidade de trabalho e chance de organizar
projetos de médio e longo prazo", afirma Ângela Soligo.
Além disso, é preciso saber
das condições de trabalho dos
professores: salas, material, horários. Uma carga horária pesada pode comprometer a formação continuada dos professores, alerta Soligo.
Pode-se até mesmo, aconselha Maria Cecília, procurar saber do colégio se remunera
bem os professores. "É um indicador da importância que a
escola dá a eles", argumenta.
Mas, para ela, "os pais estão
muito mais preocupados com o
espaço físico, ou com dados sobre tecnologia, audiovisual". E,
lamenta, "nada disso substitui
um bom professor".
Texto Anterior: Doces e frituras devem ficar de fora do lanche Próximo Texto: Educadoras se opõem a uso de câmera na aula Índice
|