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ATIVIDADES EXTRAS
Foco é aprendizado fora da sala de aula
Estudantes têm de ser estimulados de forma lúdica
VINICIUS ABBATE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Qualquer atividade que tire o
aluno da rotina de ficar por
quatro horas seguidas na sala
de aula é bem-vinda. "As crianças estão em pleno desenvolvimento psicomotor. Não podemos deixá-las apenas dentro da
classe", afirma Silvia Colello,
professora da Faculdade de
Educação da USP.
"A escola infantil deve estimular a brincadeira", diz Marieta Nicolau, professora do
Departamento de Educação da
USP. "É brincando que a criança se desenvolve afetivamente,
construindo normas didáticas
de maneira lúdica", explica.
De acordo com pedagogos, as
atividades devem incluir laboratórios de música, teatro, cultivo de hortas, ensino de línguas, computação. "Essas atividades devem ser planejadas no
contexto da escola, não somente para preencher o tempo, mas
para fazerem parte de um projeto coerente de ensino", diz
Marieta.
Para a professora Rosane Michelli de Castro, doutora do Departamento de Didática da
Unesp, a escola deve explorar a
linguagem lúdica, que deve perpassar todas as idades. "Para isso, o teatro e a música são essenciais".
A professora Stella Miller, do
Departamento de Didática da
Unesp de Marília, sugere a leitura em roda para discussão e
dramatização do texto. "Isso
ajuda na transformação da linguagem, na identificação de valores e na própria expressão artística dos alunos", diz.
Para o professor Umberto de
Andrade Pinto, do Departamento de Pedagogia do Mackenzie, as atividades extra-classe devem contemplar experiências que facilitem e reforcem o aprendizado. "Visitas a
lugares e eventos que favoreçam a ampliação do universo
sociocultural das crianças e dos
adolescentes, em uma cidade
como São Paulo, é bastante favorável", diz.
Para os alunos pré-adolescentes, entre 11 e 14 anos, a diretora de pesquisas da Fundação Carlos Chagas, Bernardete
Gatti, sugere a discussão de filmes e atividades que aconteçam fora da escola, em associações de bairro, nas periferias ou
em centros culturais. "São atividades que estimulam a colaboração social e o senso de
compromisso", diz.
Para os estudantes mais velhos, muitas vezes, as escolas
estimulam somente a competitividade e, no contexto das atividades em grupo, é preciso trabalhar a cooperação e a boa
convivência.
"A atividade mais importante é a aprendizagem. Os alunos
devem aprender com atividades em laboratório, recreações
em quadras esportivas, excursões, sempre por meio de uma
aprendizagem não-passiva",
diz Guiomar Namo de Mello,
diretora da Ebrap (Escola Brasileira de Professores).
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