São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2006

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ATIVIDADES EXTRAS

Foco é aprendizado fora da sala de aula

Estudantes têm de ser estimulados de forma lúdica

VINICIUS ABBATE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Qualquer atividade que tire o aluno da rotina de ficar por quatro horas seguidas na sala de aula é bem-vinda. "As crianças estão em pleno desenvolvimento psicomotor. Não podemos deixá-las apenas dentro da classe", afirma Silvia Colello, professora da Faculdade de Educação da USP.
"A escola infantil deve estimular a brincadeira", diz Marieta Nicolau, professora do Departamento de Educação da USP. "É brincando que a criança se desenvolve afetivamente, construindo normas didáticas de maneira lúdica", explica.
De acordo com pedagogos, as atividades devem incluir laboratórios de música, teatro, cultivo de hortas, ensino de línguas, computação. "Essas atividades devem ser planejadas no contexto da escola, não somente para preencher o tempo, mas para fazerem parte de um projeto coerente de ensino", diz Marieta.
Para a professora Rosane Michelli de Castro, doutora do Departamento de Didática da Unesp, a escola deve explorar a linguagem lúdica, que deve perpassar todas as idades. "Para isso, o teatro e a música são essenciais".
A professora Stella Miller, do Departamento de Didática da Unesp de Marília, sugere a leitura em roda para discussão e dramatização do texto. "Isso ajuda na transformação da linguagem, na identificação de valores e na própria expressão artística dos alunos", diz.
Para o professor Umberto de Andrade Pinto, do Departamento de Pedagogia do Mackenzie, as atividades extra-classe devem contemplar experiências que facilitem e reforcem o aprendizado. "Visitas a lugares e eventos que favoreçam a ampliação do universo sociocultural das crianças e dos adolescentes, em uma cidade como São Paulo, é bastante favorável", diz.
Para os alunos pré-adolescentes, entre 11 e 14 anos, a diretora de pesquisas da Fundação Carlos Chagas, Bernardete Gatti, sugere a discussão de filmes e atividades que aconteçam fora da escola, em associações de bairro, nas periferias ou em centros culturais. "São atividades que estimulam a colaboração social e o senso de compromisso", diz.
Para os estudantes mais velhos, muitas vezes, as escolas estimulam somente a competitividade e, no contexto das atividades em grupo, é preciso trabalhar a cooperação e a boa convivência.
"A atividade mais importante é a aprendizagem. Os alunos devem aprender com atividades em laboratório, recreações em quadras esportivas, excursões, sempre por meio de uma aprendizagem não-passiva", diz Guiomar Namo de Mello, diretora da Ebrap (Escola Brasileira de Professores).


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