São Paulo, domingo, 25 de janeiro de 2009

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DO OUTRO LADO DO MUNDO

Parceiros orientais falam inglês nos negócios

Saber mandarim, hindi e línguas árabes é mais útil para quem quer lidar diretamente com firmas que atuam só no Oriente

ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Apesar do crescente interesse dos brasileiros pelas relações com países como a China, a Índia e os do mundo árabe, aprender os idiomas desses lugares só entra no cardápio de quem tem como objetivo se relacionar com empresas locais que só se comuniquem nessas línguas.
Dominá-las pode ser um diferencial forte, mas é preciso saber onde se vai aplicar esse conhecimento, já que as empresas globais tendem a adotar o inglês como língua oficial.
Assim, encarar aulas de mandarim ou de russo só renderá frutos para quem precisar fazer ligações para participar de negociações, ler jornais estrangeiros ou prospectar mercados externos menos globalizados.
Se o intuito for trabalhar em companhias de atuação mundial, o idioma local só será útil se a ideia for se mudar para a matriz. Nesses casos, é recomendável treinar bastante as habilidades de conversação para se integrar à realidade local.
"Temos atividades em áreas em que vamos precisar de alguém que fale o idioma local. Na Turquia, por exemplo, não se usa inglês nem espanhol no cotidiano", comenta Josefina Vignolo, gerente de processos corporativos de RH da área internacional da Petrobras.
O "headhunter" Robert Wong vê vantagens em dominar outros idiomas além de inglês e espanhol. "Não são diferenciais, tem que ter um adicional. Empresas vencedoras valorizam pessoas que investem em si, pois são mais cultas."
Ter familiaridade com outros idiomas traz ao profissional benefícios como ter mais autonomia. "Para quem trabalha com estratégia, é bom para ter acesso a balanços de empresas que não os publicam em língua estrangeira. Além disso, podem-se ler no jornal as notícias que um sócio ou cliente mande para você", comenta Rodrigo Cintra, chefe de departamento do curso de relações internacionais da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).

Mandarim vence francês
Idioma mais falado do mundo, o mandarim alcança a cifra de 873 milhões de falantes nativos, segundo o levantamento realizado pelo Ethnologue (www.ethnologue.com).
No Brasil, anda cativando mais alguns, atraídos pelo aumento das relações comerciais com a China e por sua ascensão como potência mundial.
No curso de relações internacionais da ESPM, os alunos preferem aprender mandarim a ter aulas de francês. Eles têm um horário vago na grade e podem escolher entre esses dois idiomas, que são opcionais.
Para Cintra, inglês e espanhol são essenciais. "Outras línguas são diferenciais. Dependendo de onde se olha, mandarim faz diferença."
Outro idioma que também aparece nas relações comerciais com o Brasil é o russo. Mas o interesse é maior por parte de curiosos pela língua e fãs da literatura russa do que de pessoas que vão usá-lo em ambiente de negócios, diz a professora Alla Dib, do Clube de Cultura e Língua Russas.


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