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DO OUTRO LADO DO MUNDO
Parceiros orientais falam inglês nos negócios
Saber mandarim, hindi e línguas árabes é mais útil para quem quer lidar diretamente com firmas que atuam só no Oriente
ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Apesar do crescente interesse dos brasileiros pelas relações
com países como a China, a Índia e os do mundo árabe, aprender os idiomas desses lugares
só entra no cardápio de quem
tem como objetivo se relacionar com empresas locais que só
se comuniquem nessas línguas.
Dominá-las pode ser um diferencial forte, mas é preciso
saber onde se vai aplicar esse
conhecimento, já que as empresas globais tendem a adotar
o inglês como língua oficial.
Assim, encarar aulas de mandarim ou de russo só renderá
frutos para quem precisar fazer
ligações para participar de negociações, ler jornais estrangeiros ou prospectar mercados externos menos globalizados.
Se o intuito for trabalhar em
companhias de atuação mundial, o idioma local só será útil
se a ideia for se mudar para a
matriz. Nesses casos, é recomendável treinar bastante as
habilidades de conversação para se integrar à realidade local.
"Temos atividades em áreas
em que vamos precisar de alguém que fale o idioma local.
Na Turquia, por exemplo, não
se usa inglês nem espanhol no
cotidiano", comenta Josefina
Vignolo, gerente de processos
corporativos de RH da área internacional da Petrobras.
O "headhunter" Robert
Wong vê vantagens em dominar outros idiomas além de inglês e espanhol. "Não são diferenciais, tem que ter um adicional. Empresas vencedoras valorizam pessoas que investem em
si, pois são mais cultas."
Ter familiaridade com outros
idiomas traz ao profissional benefícios como ter mais autonomia. "Para quem trabalha com
estratégia, é bom para ter acesso a balanços de empresas que
não os publicam em língua estrangeira. Além disso, podem-se ler no jornal as notícias que
um sócio ou cliente mande para
você", comenta Rodrigo Cintra,
chefe de departamento do curso de relações internacionais
da ESPM (Escola Superior de
Propaganda e Marketing).
Mandarim vence francês
Idioma mais falado do mundo, o mandarim alcança a cifra
de 873 milhões de falantes nativos, segundo o levantamento
realizado pelo Ethnologue
(www.ethnologue.com).
No Brasil, anda cativando
mais alguns, atraídos pelo aumento das relações comerciais
com a China e por sua ascensão
como potência mundial.
No curso de relações internacionais da ESPM, os alunos
preferem aprender mandarim
a ter aulas de francês. Eles têm
um horário vago na grade e podem escolher entre esses dois
idiomas, que são opcionais.
Para Cintra, inglês e espanhol são essenciais. "Outras
línguas são diferenciais. Dependendo de onde se olha,
mandarim faz diferença."
Outro idioma que também
aparece nas relações comerciais com o Brasil é o russo.
Mas o interesse é maior por
parte de curiosos pela língua e
fãs da literatura russa do que
de pessoas que vão usá-lo em
ambiente de negócios, diz a
professora Alla Dib, do Clube
de Cultura e Língua Russas.
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