São Paulo, terça-feira, 25 de janeiro de 2011

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No centro, chinês estende frango no varal de casa

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quem mora em apartamento sabe que é proibido pendurar roupas para secar do lado de fora. O que dizer então de um singelo varal com coxas de frango? O fato inusitado aconteceu recentemente, no Palacete Nacim Schoueri, protegido pelo patrimônio histórico estadual.
Inaugurado na década de 1930 e originalmente ocupado por imigrantes árabes, o prédio vem se tornando um reduto de chineses. Atualmente eles ocupam 15 dos 50 apartamentos. Apenas três continuam habitados por descendentes de árabes.
Acontece que, mostrando certa dificuldade em se adaptar aos costumes locais, os novos inquilinos não viram problema em deixar o almoço curtir ao sabor da brisa paulistana -técnica que faz parte de certas receitas orientais. José França, advogado do condomínio, conta que por uma semana tentou dialogar com a família.
Não teve jeito. Os donos do frango, como a maioria de seus vizinhos conterrâneos, não entendiam uma sílaba de português.
Nas duas horas que permaneceu no prédio, a Folha abordou seis moradores chineses. Nenhum deles foi capaz de entender nem sequer frases simples em português. Para viabilizar a foto desta reportagem, a comunicação foi estabelecida por meio de mímicas. E a muito custo.
Na crise dos frangos, a solução foi radical. França derrubou o varal na rua e pedagogicamente pendurou-o na porta dos inquilinos. A estratégia surtiu efeito. As únicas aves vistas na fachada do palacete desde então são as pombas. (TOMÁS CHIAVERINI)


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