São Paulo, terça-feira, 25 de janeiro de 2011

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Bolivianos agora chegam ao bairro "judeu" do Bom Retiro

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Sérgio Luftglas, 43, vê na própria família os reflexos da migração. De origem judaica, é filho de imigrantes poloneses e mora no Bom Retiro desde que nasceu. Um caso que vem se tornando cada vez mais raro no bairro. Seus irmãos mudaram para Higienópolis e Pinheiros. Há alguns anos os oito apartamentos de seu prédio eram habitados por famílias judaicas. Hoje restam só duas.
"Antes, todos se conheciam, as crianças estudavam na mesma escola judaica, que mudou pra Higienópolis. Hoje minha relação com vizinhos se resume a cumprimentos formais", diz,.
Às vezes a relação pode ser também comercial. A primeira casa em que Luftglas morou está alugada para o costureiro boliviano Jimmy Condori. No Brasil desde 1996, Condori mudou-se para o Bom Retiro em 2000. Diz gostar do bairro, mas sente falta dos conterrâneos. "O pessoal tem ido embora, principalmente pra periferia."
Boa parte dos que seguem no bairro, assim como Condori, trabalha na confecção, antes ofício dos coreanos.
Foi da costura que a família Sho tirou sustento desde que veio da Coreia para o Brasil, há 20 anos. Hoje abandonou a produção e se concentra apenas na venda.
Ainda trabalhando na loja da família, Jaime Sho, 18, não quer seguir no ramo. Cursa direito, atua como mágico e não quer ficar no bairro. Apesar de vizinhos, os três se conheceram no restaurante grego de Thrassyvoulos Petrakis.


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