São Paulo, terça-feira, 25 de janeiro de 2011
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Grafite fica cada vez mais paulistano Com uso de técnicas variadas, arte das ruas de São Paulo ganha visibilidade em galerias e se torna item de exportação PAULA BOSI DO "AGORA" A mistura de desenhos feitos com spray e figuras impressas com outras técnicas - pintura a mão livre, com rolinho e tinta látex- fez do colorido grafite paulistano uma arte única, que ganhou fama mundo afora. Nomes antes só conhecidos nos becos da cidade - Eduardo Kobra, Nunca, Calma, Speto, Vitché, Titi Freak, Zezão- tornaram-se referência internacional. Em 2008, por exemplo, a dupla Os Gêmeos estrelou a mostra "Street Art" na galeria Tate Modern, em Londres. Segundo Baixo Ribeiro, 47, fundador da Galeria Choque Cultural, uma das principais características do grafite de São Paulo é sua ligação com o muralismo -técnica de pintura em grandes painéis, que foi popularizada no século 20 por um movimento artístico mexicano. "É um tipo de pintura feito com diferentes técnicas e materiais", explica. Em Nova York, outro polo da arte de rua, a tendência já é outra. Predominam os grafites de "tags", letras típicas do movimento hip hop, impressos com tinta spray. Aqui, o local mais emblemático do muralismo é o túnel da Paulista, que exibe, há 20 anos, um painel de Rui Amaral, diretor da Artbr e idealizador da 1ª Bienal Internacional de Arte de Rua de São Paulo. "Grafite é o jeito mais simples para ocupar o espaço público", diz Amaral. Pioneiro do movimento que ganhou força na cidade na década de 1980, ele garante que a coisa mudou nos últimos anos. "A sociedade aceita melhor o grafite, mas o espírito da intervenção é o mesmo", afirma. TINTA FRESCA "Sempre olhava o grafite na rua, achava lindo, mas não tinha coragem de tentar", conta a designer e atriz Grazie a Dio, 28, que mora em Pirituba. Em 2009, ela superou o receio, fez sua primeira obra e não parou mais. A empreitada começou com o curso "Grafite, Intervenções Urbanas", oferecido pelo Senac. As aulas a ajudaram a conhecer as técnicas e deram confiança a Grazie, que imprimiu nas ruas seus personagens com traços delicados e referência à moda. O primeiro mural coletivo foi pintado no chamado beco da Lapa, com outros alunos. Hoje, ela tem mais de 50 muros grafitados no currículo. Nem a insegurança característica de São Paulo afasta a artista das ruas. "Pode até ser um ambiente perigoso, pois você fica exposta, mas é sensacional; é um lugar democrático, o que você faz está lá para todo mundo ver." FOLHA.com Veja o especial sobre os 457 anos de São Paulo folha.com.br/110191 Texto Anterior: Bolivianos agora chegam ao bairro "judeu" do Bom Retiro Próximo Texto: SP foi explorada até "expulsar" bandeirantes Índice | Comunicar Erros |
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