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DEMOGRAFIA
Em 1981, proporção era de 48 pessoas com mais de 60 anos para cada 100 com menos de 5 anos; taxa de fecundidade recua
País já tem 120 idosos para cada 100 crianças
DA SUCURSAL DO RIO
Mais idosos, menos crianças.
Essa tem sido a dinâmica da população brasileira revelada ano
após ano nas pesquisas do IBGE.
Uma boa maneira de verificar essa tendência é comparar o número de brasileiros com mais de 60
anos com o de crianças com menos de cinco.
Em 1981, para cada 100 crianças
nessa faixa etária, havia apenas
48,3 idosos. Essa relação etária, no
entanto, foi rapidamente se alterando. Em 1993, a proporção passou a ser de 76,5 por 100. Em 1999,
a relação passou a ser de 97,8
crianças por 100 idosos.
Foi a partir do ano de 2002 que o
número de idosos passou a ser
maior do que o de crianças. No
ano passado, a relação já era de
120,1 idosos para cada 100 brasileiros com menos de cinco anos
de idade.
A mudança na dinâmica demográfica cria situações que podem
beneficiar ou prejudicar políticas
públicas. Com um número menor de crianças, por exemplo, poderão sobrar mais recursos para
aumentar o gasto por cada aluno
nas escolas públicas.
Por outro lado, haverá um contingente crescente de aposentados que devem ser sustentados,
do ponto de vista da previdência
pública, por um número cada vez
menor de jovens em idade ativa.
Fecundidade
As explicações para esse fenômeno também já foram bastante
exploradas pelo IBGE. A principal
delas é a queda na taxa de fecundidade da mulher brasileira. Neste ano, assim como já havia acontecido no ano passado, ela chegou
a 2,1 filhos por mulher.
Essa taxa indica tendência de
mera reposição populacional, já
que supõe que dois filhos de um
casal substituirão seus pais, enquanto o adicional de 0,1 leva em
conta efeitos da mortalidade.
A relação entre idosos e crianças
muda rapidamente também porque, ao mesmo tempo em que
nascem menos brasileiros, aumenta a expectativa de vida dos
mais idosos.
A população brasileira só não
vai diminuir de tamanho imediatamente porque, além de as pessoas estarem vivendo mais, ainda
há uma população jovem em idade reprodutiva bastante significativa. É por isso que, de acordo
com as estimativas do IBGE, somente a partir de 2062 a população brasileira deverá, efetivamente, diminuir.
A queda na fecundidade e o aumento da população idosa são
uma tendência verificada em todas as regiões do Brasil, mas seus
efeitos estão mais acelerados nas
regiões Sul e Sudeste.
"Essas regiões são as que apresentam hoje a estrutura etária
mais envelhecida, ou seja, há
maior proporção de pessoas com
mais de 60 anos e menor porcentagem de crianças e adolescentes
em comparação com o Norte e
Nordeste", afirma Angela Filgueiras Jorge, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Outro indicador que muda bastante de acordo com a região do
país é a proporção de pessoas que
migraram para outro município
ou Estado. Esse indicador é medido pela proporção de pessoas que
não haviam nascido no município ou no Estado onde residiam
no ano em que foi realizada a pesquisa.
Apesar do intenso fluxo histórico de nordestinos para o Sudeste,
a região em que essa proporção de
migrantes é maior é o Centro-Oeste. Da população que lá vivia
em 2004, 54,4% nasceram em outro município e 36,3% em outro
Estado. No Sudeste, essas proporções eram, respectivamente, de
41,1% e 18,7%. Em todo o país, o
percentual de pessoas que nasceram em outros municípios chega
a 39,8%.
"Esse número indica que a mobilidade da população ainda é
muito intensa no Brasil, e é mais
forte principalmente nas novas
áreas de expansão da fronteira
agrícola [no Centro-Oeste e Norte]. Esse foi o setor da economia
que tem apresentado as maiores
taxas de crescimento", afirma o
presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes.
População
Pela primeira vez nas pesquisas
do IBGE, a população brasileira
ultrapassou o número de 180 milhões e chegou a 182.060.108. Isso
aconteceu, em parte, porque foi a
primeira vez que a Pnad incluiu
em seu levantamento a população
que vive na área rural da região
Norte do país. Desses 182 milhões,
51,4% se declararam brancos,
42,1% se disseram pardos e 5,9%
afirmaram ao instituto que eram
pretos.
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