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Cidade do México - 1975
Mexicanos abrigam competição após golpe de Pinochet no Chile e assistem ao salto de João do Pulo, recorde mundial que perduraria por 32 anos como a melhor marca sul-americana
Arquivo Folha
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João do Pulo, que estabeleceu o recorde mundial |
DA REPORTAGEM LOCAL
A
política voltou a dar
o tom no Pan da Cidade do México, em
1975. Em primeiro
lugar, porque a
competição estava inicialmente programada para Santiago.
No entanto a capital do Chile
abriu mão do evento logo após
o golpe que alçou o general Augusto Pinochet ao poder.
São Paulo, organizadora do
Pan de 1963, se propôs a sediar
novamente a competição. A capital paulista, porém, desistiu
alegando falta de recursos e
uma epidemia de meningite.
Surgiu então a proposta da
Cidade do México, que teve dez
meses para aprontar tudo.
O ar rarefeito atrapalhou alguns atletas, não acostumados
à falta de oxigênio. Mas favoreceu o salto triplo nacional.
O cabo do exército João Carlos de Oliveira saltou 17,89 m e
estabeleceu novo recorde
mundial, com marca 45 cm superior à anterior. Por causa do
feito, o brasileiro passou a ser
conhecido como João do Pulo.
O salto perdurou como o melhor do mundo por dez anos. E
foi superado por um sul-americano há somente nove dias,
quando Jadel Gregório saltou
17,90 m no GP Brasil, em Belém. Era o mais longevo recorde obtido por um brasileiro.
Com os EUA sem seus melhores velocistas, Silvio Leonard não teve problemas para
ganhar o ouro nos 100 m.
Mas o cubano não conseguiu
frear a tempo após a linha de
chegada, caiu no fosso do estádio e machucou o tornozelo.
Teve que ser amparado para
subir e descer do pódio. Ficou
fora dos 200 m e do 4 x 100 m.
Menor simpatia despertou o
gesto de seu compatriota Alberto Juantorena. Favorito nos
400 m, perdeu o ouro para Ronald Ray. No pódio, negou-se a
cumprimentar o norte-americano, que lhe estendeu a mão.
Com vários nomes que se
destacariam no profissional,
como o goleiro Carlos, o zagueiro Edinho, o meia Pita e o
atacante Cláudio Adão, a seleção brasileira de futebol marcou a maior goleada do Pan: 14
a 0 sobre a frágil Nicarágua.
A final, contudo, foi a mais
insólita da modalidade em
Pans. Brasil e México empatavam em 1 a 1 e corria a prorrogação quando a iluminação falhou e houve invasão de campo.
Sem condições de prosseguir
o duelo, os organizadores decidiram dar o título às duas equipes. O problema é que não havia medalhas de ouro suficientes. Por isso, alguns receberam
as de prata com a promessa de
que seriam depois trocadas.
Sem contar com norte-americanos de melhor nível, a natação não teve recorde mundial.
Mesmo assim, duas jovens
dos EUA conseguiram sobressair: Kathy Heddy e Kim Peyton, donas de quatro ouros cada uma. Em Montréal, no ano
seguinte, Peyton integrou o 4 x
100 m livre campeão olímpico
com nova marca mundial.
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