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ESTADOS - RIO DE JANEIRO
Na véspera, Cabral chega a 68% dos válidos
Na pesquisa anterior, peemedebista tinha 63%; aliança com Lula foi fundamental para a disparada dele nas pesquisas
Com 32%, Denise Frossard não conseguiu obter novos apoios no segundo turno e ainda enfrentou crise na campanha com Alckmin
RAPHAEL GOMIDE
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
A última pesquisa Datafolha
no Rio de Janeiro indica que o
senador Sérgio Cabral (PMDB)
será eleito governador do Estado com larga vantagem sobre
sua adversária. Ele tem 62%
das intenções de voto, enquanto a deputada federal Denise
Frossard (PPS) está com 30%.
Dos 2.858 entrevistados em
45 municípios anteontem e ontem, 5% declararam que pretendem votar nulo ou em branco, e 3% estão indecisos.
Em votos válidos (dos quais
são retirados brancos, nulos e
indecisos), Cabral tem 68% e
Frossard, 32%. A margem de
erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
A pesquisa foi registrada no
Tribunal Regional Eleitoral
com o número 80.176/2006.
O senador, que vinha em ascensão, subiu ainda mais nos
últimos dias. Na pesquisa anterior, concluída na terça-feira,
Cabral tinha 58% contra 33%
de Frossard -ou 63% a 37% em
votos válidos.
A maioria (59%) dos entrevistados disse não ter assistido
ao debate da TV Globo realizado na quinta-feira. Mas, dentre
os que viram, Cabral foi considerado vitorioso por 72%, e
Frossard, apenas por 20%.
Ontem, no último dia de
campanha, Cabral fez caminhadas em bairros populosos
das zonas oeste e norte da capital. Mesmo dizendo que ainda
não se considerava eleito, afirmou que já deverá falar hoje à
noite sobre seu secretariado.
Frossard pediu votos em Niterói, cidade do Grande Rio onde conseguiu bom desempenho
no primeiro turno. O almoço
que faria com o candidato a
presidente Geraldo Alckmin
(PSDB) e o prefeito Cesar Maia
(PFL) foi cancelado.
Apoios amplos
Os números do Datafolha
confirmam o favoritismo que
acompanhou Cabral durante
toda a campanha do segundo
turno, na qual Frossard ficou
isolada. Em torno do senador,
uniram-se até forças historicamente rivais, como o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do candidato derrotado
Vladimir Palmeira, o senador
Marcelo Crivella (PRB), terceiro colocado no primeiro turno
e quadros importantes do
PSDB, como o também candidato derrotado Eduardo Paes.
Com Frossard, restou, quase
solitário, o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL). Antevendo
uma derrota, ele passou a se
queixar em seu "ex-blog" (comentários que distribui na internet) da eleição simultânea
para presidente e governador
em dois turnos.
Para Maia, esse molde cria
uma "grave distorção no processo eleitoral", porque os candidatos aos governos estaduais
tendem a aliar-se ao favorito à
Presidência, e assim alavancarem suas intenções de voto.
Cabral buscou, de fato, atrelar sua campanha à de Lula.
Produziu material conjunto de
campanha, andou com adesivos com o número 13 do PT do
presidente no peito e em todos
os pronunciamentos, destacou
o apoio de Lula, que subiu em
seu palanque.
Crise
A estratégia mostrou-se
acertada, já que Frossard e
Alckmin não conseguiram
crescer no Estado em relação
ao primeiro turno. Os dois ainda passaram por uma crise
quando, no início do segundo
turno, Alckmin posou para fotos com o ex-governador Anthony Garotinho e sua mulher,
Rosinha Matheus, atual governadora do Rio. A dupla apóia
Cabral e é adversária política de
Cesar Maia e Frossard.
A foto levou Frossard a anunciar que anularia o voto para
Presidência. Depois, pressionada pelo presidente do PPS, Roberto Freire, voltou atrás.
O senador soube atrair quase
todos os prefeitos do Estado: 89
de 92 o apóiam. Desde o primeiro turno, já se gabava de só
reunir menos partidos na
aliança do que o governador
Aécio Neves (MG), com quem
adora comparar-se.
A insistência de Frossard em
colar a imagem de Cabral à de
Garotinho, impopular na capital, não serviu para que ela
crescesse no interior nem tornou-se um fato importante na
campanha. Garotinho e Rosinha apoiaram o senador sem
fazer manifestações públicas,
para não prejudicá-lo.
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