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Chapa Serra-Aécio é óbvia para 2010, diz Maia
MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO
A chapa "óbvia" a ser lançada
pelo PSDB na próxima eleição
reunirá o governador eleito de
São Paulo, José Serra, para presidente e o governador reeleito
de Minas, Aécio Neves, para vice. É a opinião manifestada no
começo da noite de ontem pelo
prefeito do Rio, Cesar Maia
(PFL), cujo partido costuma se
aliar aos tucanos.
O motivo seria pragmático:
"O PSDB precisa demais da
proximidade do poder. Sem isso, esvazia. O partido só existe
em São Paulo. Se você tirar São
Paulo da última campanha municipal e da de 2006, é a quarta
força nacional, lá embaixo",
disse à Folha.
"Essa distância do governo
federal, do poder nacional durante muito tempo é grave para
o PSDB", sustenta Maia.
"Eles vão para a chapa que
for vitoriosa. Podem se prevenir, acabando com a reeleição
[para presidente] e, com isso,
facilitando formar uma chapa
Serra-Aécio Neves. A própria
idade do Serra [ajuda]."
Serra terá 68 anos na campanha de 2010. Maia quer dizer
que o ex-prefeito de São Paulo
toparia acabar com a reeleição
e desistir de eventual segundo
mandato presidencial porque o
próximo pleito seria a última
chance de alcançar seu sonho.
Seria importante se associar a
Aécio (hoje com 46 anos), que
tem ambições presidenciais.
O cenário desenhado por Cesar Maia representaria o retorno simbólico da "política do café-com-leite". Antes da Revolução de 1930, oligarquias de São
Paulo e de Minas compuseram
dobradinhas de presidente e vice no governo.
A chapa puro-sangue do
PSDB não seria empecilho à
aliança com o PFL. Com o fim
da norma que impede alianças
nos Estados em caso de coligação nacional com outras siglas,
o partido terá candidato em
primeiro turno, na previsão de
Maia (e como ele defende).
Em um segundo turno entre
as forças que têm polarizado as
disputas para presidente (PT e
PSDB), o PFL caminharia com
o PSDB, de acordo com Maia.
O prefeito descarta um "terceiro turno" ou a possibilidade
de Lula ser alvo de processo de
impeachment: "No Brasil só há
impeachment com o país ou o
governo em crise".
Ele espera outra coisa: "Não
muda nada. Lula governará
com total tranqüilidade para
fazer o feijão-com-arroz. Todos aqueles com expectativa de
reformas ou coisas substantivas podem esquecer".
Maia avalia que o maior erro
de Geraldo Alckmin -apoiado
por ele- foi interromper a
campanha de rua após o primeiro turno. Mas o erro do
PSDB viria de trás. "No fim de
outubro de 2005, eles não imaginavam uma eleição competitiva", afirma. A opção por um
candidato com menor intenção
de votos (Alckmin) em vez de
um mais forte (Serra) decorreria da análise do PSDB de que
Lula estava liquidado.
Sobre a sua própria candidatura presidencial, Maia afirma
que dependerá do sucesso do
nome que lançar para a sua sucessão em 2008. Ele não crê
que tenha sido derrotado no
Rio, onde apoiou Denise Frossard (PPS): "Na capital ela venceu no primeiro turno". É o
mesmo que diz sobre uma adversária, a petista Marta Suplicy: "Se ela perde a eleição
para prefeita [de São Paulo], está fora [da corrida de 2010]".
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