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ELEIÇÕES 2006 - ESTADOS
RIO GRANDE DO SUL
Yeda será a 1ª mulher a governar o Estado
PSDB obtém triunfo inédito; eleita cobrará de Lula tratamento igual ao dado a Estados governados por seus aliados
Tucana fala que sua meta
é, em dois anos, zerar o déficit estadual; Rigotto, atual governador, promete uma transição tranqüila
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
A tucana Yeda Crusius tornou-se ontem a primeira mulher eleita governadora do Rio
Grande do Sul. ""É uma responsabilidade. Somos a primeira,
apenas a primeira. Acho que a
primeira de uma série", disse
durante a contagem dos votos.
Yeda teve 53,94% dos votos
válidos e derrotou o petista Olívio Dutra, com 46,06% dos votos. Será a primeira vez que o
PSDB comandará o Estado.
Ela votou às 9h50, em Porto
Alegre, procurando evitar a euforia dos militantes. À tarde,
adiantou que seu plano de governo terá como meta aumentar a receita do Estado para
abater as despesas públicas.
Disse que, em dois anos, pretende zerar o déficit estadual.
"Nosso propósito é zerar o
déficit e, aí sim, dá para a gente
conversar, setorialmente, sobre como serão pagos os impostos para que a alíquota seja menor. Assim, aos poucos, será retomado o crescimento", afirmou a eleita.
Com esse primeiro passo, em
termos de finanças, Yeda afirmou que serão possíveis ações
nas áreas da segurança, educação e saúde pública.
A candidata tucana disse ainda que emagreceu cinco quilos
durante a campanha, definida
por ela como desgastante.
Ela elogiou, porém, a evolução do processo democrático
brasileiro. "A cada eleição, a
gente percebe que a democracia evoluiu. A oportunidade de
todos os partidos serem governo, inclusive o PT, eliminou
aquela forma de fazer política
muito violenta de quem nunca
havia sido governo e achava
que podia ganhar na paulada e,
uma vez sendo governo, viram
a dificuldade que é governar",
afirmou. E disse que cobrará do
presidente Lula tratamento
equivalente ao dispensado a
Estados governados por petistas ou aliados. ""Não se pode de
maneira nenhuma aceitar, e
não acontecerá, que a Presidência da República trate Estados federados de maneira diferente apenas pelo partido político de quem venceu a eleição."
Olívio Dutra votou à tarde,
em Porto Alegre, dizendo crer
em disputa acirrada. Às 19h30,
já reconhecia a derrota e cumprimentava Yeda. Ao votar, falou na intenção de promover
um ""desenvolvimento sustentado" e que a corrupção tem de
ser "cortada pela raiz", a partir
da participação da população.
O governador Germano Rigotto (PMDB), que ficou em
terceiro lugar na disputa de primeiro turno, votou pela manhã
em Caxias do Sul e preferiu não
ser acompanhado por militantes do seu partido -o PMDB
optou pela apoio à tucana. Rigotto destacou a maturidade
dos gaúchos na campanha eleitoral. "Tanto no primeiro
quanto no segundo turno não
houve incidentes, e tudo transcorreu normalmente. Isso
comprova que os eleitores gaúchos têm maturidade política
acima da média. Isso é democracia", declarou.
Mais tarde, Rigotto afirmou
que tem como objetivo preparar uma transição tranqüila,
para que Yeda possa começar
imediatamente a trabalhar. "O
derrotado no pleito de hoje
[ontem] também deve ajudar o
eleito a governar e a viabilizar
tudo aquilo que prometeu fazer
durante o processo eleitoral."
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