São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 - ESTADOS
RIO GRANDE DO SUL

Yeda será a 1ª mulher a governar o Estado

PSDB obtém triunfo inédito; eleita cobrará de Lula tratamento igual ao dado a Estados governados por seus aliados

Tucana fala que sua meta é, em dois anos, zerar o déficit estadual; Rigotto, atual governador, promete uma transição tranqüila

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A tucana Yeda Crusius tornou-se ontem a primeira mulher eleita governadora do Rio Grande do Sul. ""É uma responsabilidade. Somos a primeira, apenas a primeira. Acho que a primeira de uma série", disse durante a contagem dos votos.
Yeda teve 53,94% dos votos válidos e derrotou o petista Olívio Dutra, com 46,06% dos votos. Será a primeira vez que o PSDB comandará o Estado.
Ela votou às 9h50, em Porto Alegre, procurando evitar a euforia dos militantes. À tarde, adiantou que seu plano de governo terá como meta aumentar a receita do Estado para abater as despesas públicas. Disse que, em dois anos, pretende zerar o déficit estadual.
"Nosso propósito é zerar o déficit e, aí sim, dá para a gente conversar, setorialmente, sobre como serão pagos os impostos para que a alíquota seja menor. Assim, aos poucos, será retomado o crescimento", afirmou a eleita.
Com esse primeiro passo, em termos de finanças, Yeda afirmou que serão possíveis ações nas áreas da segurança, educação e saúde pública.
A candidata tucana disse ainda que emagreceu cinco quilos durante a campanha, definida por ela como desgastante.
Ela elogiou, porém, a evolução do processo democrático brasileiro. "A cada eleição, a gente percebe que a democracia evoluiu. A oportunidade de todos os partidos serem governo, inclusive o PT, eliminou aquela forma de fazer política muito violenta de quem nunca havia sido governo e achava que podia ganhar na paulada e, uma vez sendo governo, viram a dificuldade que é governar", afirmou. E disse que cobrará do presidente Lula tratamento equivalente ao dispensado a Estados governados por petistas ou aliados. ""Não se pode de maneira nenhuma aceitar, e não acontecerá, que a Presidência da República trate Estados federados de maneira diferente apenas pelo partido político de quem venceu a eleição."
Olívio Dutra votou à tarde, em Porto Alegre, dizendo crer em disputa acirrada. Às 19h30, já reconhecia a derrota e cumprimentava Yeda. Ao votar, falou na intenção de promover um ""desenvolvimento sustentado" e que a corrupção tem de ser "cortada pela raiz", a partir da participação da população.
O governador Germano Rigotto (PMDB), que ficou em terceiro lugar na disputa de primeiro turno, votou pela manhã em Caxias do Sul e preferiu não ser acompanhado por militantes do seu partido -o PMDB optou pela apoio à tucana. Rigotto destacou a maturidade dos gaúchos na campanha eleitoral. "Tanto no primeiro quanto no segundo turno não houve incidentes, e tudo transcorreu normalmente. Isso comprova que os eleitores gaúchos têm maturidade política acima da média. Isso é democracia", declarou.
Mais tarde, Rigotto afirmou que tem como objetivo preparar uma transição tranqüila, para que Yeda possa começar imediatamente a trabalhar. "O derrotado no pleito de hoje [ontem] também deve ajudar o eleito a governar e a viabilizar tudo aquilo que prometeu fazer durante o processo eleitoral."


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