São Paulo, quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

15.MAI.06
SEGUNDA-FEIRA DE PÂNICO

A série de ataques que o PCC (Primeiro Comando da Capital) iniciou contra São Paulo em 12 de maio de 2006 atingiu o seu ápice naquela segunda feira.
Foi o dia em que a capital parou. Ônibus não rodaram, lojas fecharam mais cedo ou nem abriram, o trânsito virou um caos.
Carros incendiados, ataques a bomba a bancos, tiros nas ruas. A atenção era tanta que na TV a audiência dos atentados paulistas (55% das TVs ligadas) foi quatro pontos maior que no 11 de setembro de 2001.
O líder da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, conquistou naqueles dias um espaço incômodo na memória dos brasileiros. Por meio de seus advogados e em cartas, tentou justificar os atos de barbárie como uma resposta aos maus-tratos sofridos em presídios de São Paulo.
A resposta da polícia foi dura -duras demais, segundo algumas organizações ligadas aos direitos humanos. Durante os ataques, cerca de 80 supostos integrantes da facção criminosa foram mortos em conflito com policiais.

EU ESTAVA LÁ
Por Laura Capriglione
De São Paulo

"Foi de um medo infernal a véspera do dia das Mães de 2006. Transformados em alvos do PCC, as bases da guarda civil, delegacias e postos da PM eram, então, os locais mais micados da terra.
O Gol da Folha, chegando devagarinho em uma base policial, para não assustar, foi confundido com carro de bandido. "Acende a luz interna, f.d.p!", ordenou o PM, apontando a arma calibre 12.
Sim, senhor. Quando se conseguiu descer do carro e entrevistar os policiais, aí, o medo foi o de ser confundido com um deles.
Segunda-feira, o medo parou São Paulo. Normalmente, repórteres chegam atrasados à cena de um crime. Sem trânsito, o Gol andava livre entre as 60 imensas fogueiras de ônibus espalhadas. Muitas ardiam. Jornalismo quente."



Texto Anterior: 15.set.08: A quebra do Lehman Brothers
Próximo Texto: 30.jun.02: Brasil pentacampeão
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.