São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

UNIVERSIDADE E EMPRESA

Só 5% de mestres e doutores atuam nas companhias

Indústria e tecnologia da informação são dois dos setores que valorizam pós-graduados

Letícia Moreira/Folha Imagem
DIA DE ESTUDO
Para fazer o mestrado, Tatiana Chiaradia, 29, que atua com direito tributário na TozziniFreire, dividia os estudos: quando podia, dedicava-se à noite, mas, às vezes, era preciso cursar disciplinas durante o dia.
Nesses casos, faltava um dia no trabalho, que compensava com horas a mais durante a semana. "Sempre orientava os profissionais que ficam de suporte na minha ausência para o caso de necessidade", diz ela, que tirou licença remunerada de 20 dias para finalizar e apresentar a dissertação.

JORDANA VIOTTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para muitos, os conceitos de academia e mercado soam incompatíveis _ou o profissional se forma para um lado ou se dedica apenas ao outro.
Números de um levantamento realizado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia em 2008 reforçam essa ideia: dos 155 mil mestres e doutores no país, apenas 5% foram absorvidos pelas empresas.
Uma razão para isso, segundo Iarema Oliveira, líder da prática de remuneração da consultoria Hewitt, é que os temas das pesquisas acadêmicas nem sempre correspondem à realidade das organizações.
No entanto, alguns setores, como o farmacêutico, o de engenharia, o de energia, o de biotecnologia e o de economia, valorizam quem fez pós, e elas pesam na ascensão na carreira.
"Há ainda uma grande demanda das consultorias, pois esses profissionais têm mais facilidade para apresentar soluções", completa Oliveira.
A indústria e o campo de tecnologia da informação também valorizam a pós. Em alguns casos, empresas estimulam seus funcionários a cursá-la.
A PromonLogicalis, companhia do ramo de tecnologia da informação, por exemplo, apoia financeiramente funcionários que estudam em instituições particulares.
Paga um terço do valor das mensalidades e financia outro terço, que é devolvido pelo aluno ao final do curso. Para quem opta por universidades públicas, o incentivo vem em forma de horas livres para dedicação semanal aos estudos.
"Companhias que demandam profissionais especializados, como as das áreas de direito, engenharia e economia, também precisam de profissionais com mestrado e doutorado", explica Oliveira.
No escritório TozziniFreire, cerca de 50% dos 400 advogados têm ou já tiveram programa de incentivo à pós-graduação. "Na nossa área, a especialização é importante para nos diferenciar", justifica a diretora de desenvolvimento humano e organizacional do escritório, Claudia Meirelles.


Texto Anterior: Aumento de titulados chega perto da meta
Próximo Texto: Interação: Palestra rende novo emprego
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.