São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 2010

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CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

Indústria do petróleo atrai pesquisador de geociências

Ciência da computação ganha campo em empresas voltadas a alta tecnologia

Lucas Uebel/Folha Imagem
ESTUDO PARA SUBIR
Adriane de Quevedo Cardozo, 32, trabalha na Hewlett-Packard em Porto Alegre (RS) e fez mestrado na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), em curso que teve nota 7 na avaliação da Capes. Ela destaca a oportunidade de aprender com os melhores professores da área. "Sempre tive consciência de que, quanto mais estudo, maiores as chances de ser bem-sucedida", afirma.

THAIS VILLAÇA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A evidência de questões ambientais em discussões pelo mundo faz o nicho de geociências se destacar na grande área de ciências exatas e da terra.
Hoje há 48 programas de pós-graduação credenciados pela Capes, e cerca de 75% têm programas de mestrado e doutorado. Eles se dividem em cinco subáreas: geologia e geoquímica; meteorologia; geofísica; oceanografia física, química e geológica e cartografia, geodésia e sensoriamento remoto.
"Em todas, há um número limitado de cursos de graduação, e isso condiciona a expansão da pós e a oferta de profissionais qualificados, sobretudo em momentos de aquecimento do mercado, como aconteceu ao longo da década", afirma Roberto Dall'Agnol, coordenador da área na Capes.
Ele afirma que o momento da produção científica é de crescimento quantitativo e qualitativo, apesar de a pequena disponibilidade de profissionais na área limitar o crescimento da especialização.
Entre os principais campos de trabalho de quem se especializa em geociências destacam-se companhias de mineração e de petróleo, organizações que atuam com ambiente ou exploração e monitoramento de recursos hídricos.
Grande parte dos profissionais é atraída pela indústria do petróleo ou aproveita o aperfeiçoamento técnico para crescer na empresa. Segundo Dall'Agnol, a visibilidade do pré-sal deve aumentar a atração dos alunos para essas carreiras.
"A demanda é ainda mais forte pelo geofísicos, por serem menos numerosos e pelas especificidades da pesquisa no pré-sal", comenta o coordenador. O gerente de modelagem de sistemas petrolíferos Luiz Trindade, 51, trabalha na Petrobras desde 1982 e diz que sempre foi incentivado a fazer cursos de especialização.
Após cursar doutorado na Universidade de Stanford (EUA), ele passou a liderar e coordenar projetos de grande importância, como os de novos métodos de prospecção de petróleo. "O mercado está bastante aquecido devido ao pré-sal."

Computação
Outro setor em que o campo de trabalho é cada vez mais promissor é o de ciência da computação, que tem 51 programas de mestrado e doutorado certificados pela Capes. Nessa área, não dá para definir que campos estão em alta ou em baixa, afirma Edmundo Albuquerque de Souza e Silva, representante da instituição na área.
"É preciso entender de tudo. Há muitos modismos nesse meio, como foi inteligência artificial há alguns anos ou nanotecnologia é atualmente."
Ele também destaca o crescimento do interesse das empresas em investir na especialização de seus funcionários. "Grupos que trabalham com alta tecnologia estão percebendo que isso é importante para o país avançar", diz Silva.


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