Combustíveis e administração de obras buscam profissional titulado

Rodrigo Capote/Folha Imagem

DUTOS EM FOCO
Formados em engenharia de materiais, Anderson Matos, 29, e Maritza Ulloa, 29, viram nos anúncios do governo sobre o pré-sal uma boa oportunidade para se especializarem em petróleo. Para cursar a pós em construção e montagem de tubulações de petróleo, eles viajam ao Rio a cada 15 dias. "Acredito que o curso possa abrir mais oportunidades para nossa carreira", comenta Ulloa, que preferiu a especialização a um programa stricto sensu por considerá-la mais abrangente.

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No campo das engenharias, setores como petróleo e gás, biocombustíveis, ambiente e sustentabilidade, infraestrutura, negócios e construção civil são os que mais demandam profissionais especializados, apontam especialistas.
"Como muitos engenheiros foram para a área de finanças, pois o país não contratava muito em outros segmentos, já há algum tempo sente-se falta de profissionais na área de infraestrutura", exemplifica Fernando Mantovani, diretor da consultoria Robert Half. O aquecimento da área, porém, não deve aumentar apenas a quantidade de especializações. Segundo o pró-reitor acadêmico do Instituto Mauá de Tecnologia, Roberto de Aguiar Peixoto, há boa demanda por especialistas titulados nos setores de petróleo e gás e sustentabilidade.
No ramo da construção civil, há forte procura por engenheiros qualificados para gerenciar obras, aponta Assuero Escobar, coordenador da pós-graduação do instituto. Um dos cursos novos da instituição é uma pós-graduação em gerenciamento de canteiros de obras civis.
A escola também aposta no aquecimento do ramo de gás e petróleo _e oferecerá um MBA com ênfase no tema. "A demanda por engenheiros para a bacia de Santos será enorme. A Agência Nacional de Petróleo já lançou um edital para capacitar instituições a fazerem cursos de pós-graduação nessa área", explica Escobar.
Outro fator que deve aquecer a busca por esse tipo de especialização é a descoberta de petróleo em camadas profundas do oceano, o chamado pré-sal. Segundo Escobar, muitos engenheiros estão procurando especialização nessa área.
Mesmo com o reaquecimento do filão de perfil técnico, as áreas de negócio e gestão -que já absorveram grande parte dos engenheiros quando o setor da construção estava desaquecido- continuam oferecendo boas oportunidades.

Negócios
A Escola Politécnica da USP abrirá, neste ano, 13 cursos de especialização em engenharia e negócios. "Nosso propósito é oferecer programas que aprimorem a formação técnica e deem sólida visão administrativa e de negócios", explica o professor Jorge Luis Becerra.
São cursos focados em segmentos como automação industrial, engenharia financeira, engenharia de software e engenharia de soldagem. (NCC)

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