São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 2010

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LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES

Tecnologia e educação são tendências em pesquisa

Temas atraem a atenção de pós-graduandos em artes e linguística

Bruno Fernandes/Folha Imagem
ATRÁS DA AUTORA
Mestre em letras, Érica Antunes, 33, deixou a vida de professora universitária e advogada no Paraná para pesquisar literatura africana na USP. No doutorado, ela pediu bolsa a Capes e Fapesp e, aprovada pelas duas, elegeu a segunda, por ter direito à reserva técnica, para congressos e despesas imprevistas. "Participei de congresso em Cabo Verde, bancada pela reserva. Tive a oportunidade de entrevistar uma autora que estudo."

DA REDAÇÃO

Tecnologia e educação são dois dos temas que mais estão instigando pesquisadores nas áreas de linguística e artes.
Em linguística, pesquisas se aliam à inteligência artificial para criar softwares que transformam a fala em escrita -alguns até com tradução.
"Essa é a área mais nova. Devemos aplicar mais a linguística à inteligência artificial", afirma Mário Eduardo Martelotta, 52, coordenador da pós em linguística da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Como esse foco é recente, as empresas vão à academia buscar pesquisadores -especialmente as que desenvolvem mecanismos de busca na web, corretores ortográficos e softwares de reconhecimento de voz.
A eles, juntam-se jornalistas, cientistas sociais e advogados. "Outras áreas começaram a ver que há interface com a linguística", afirma a vice-coordenadora do programa de pós-graduação em linguística da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), Gladis Almeida.
A relação da tecnologia com a arte também está em evidência, aponta Martha Tupinambá Ulhôa, coordenadora da área de artes e música na Capes.
Em literatura, o foco em cultura está em alta. "Programas com ligação entre literatura e cinema ou teatro têm muita demanda", conta o coordenador de letras e linguística na Capes, Benjamim Abdala, 65.
Outro destaque são programas sobre a América Latina. "A tendência é que o espanhol se firme na área de ensino", acredita. Ele aposta que programas voltados à atualização de professores devem ser tendência nos próximos anos.

Destaque para letras
A grande área de linguística, letras e artes é a que menos tem programas, docentes e alunos. O campo de letras e linguística, porém, se destaca.
Foi a segunda área de avaliação da Capes com mais mestrandos (5.034) e mestres titulados (1.916) em 2008. E a terceira com mais doutorandos (2.908) e titulados (610). Fechou esse ano como a terceira área que mais titulou mestres e doutores (2.526), atrás da de educação (3.141) e da de ciências agrárias (2.703).
A área de artes teve menos alunos -1.167 mestrandos e 573 doutorandos em 2008_, pois tem programas de pós mais recentes -o primeiro é de 1974. Mas Ulhôa destaca crescimento de 336%, de 1996 a 2008, na oferta de programas.
Artistas e produtores culturais costumam fazer mestrado para dar base analítica e histórica ao trabalho, mas não seguem para o doutorado. Com o amadurecimento dos programas, o quadro está mudando. "O número de doutorandos aumentou 971% de 1996 a 2008", diz Maria Beatriz de Medeiros, coordenadora-adjunta de artes na Capes e professora de artes visuais da UnB. (BRUNA MARTINS FONTES, CRISTIANE CAPUCHINHO E RAQUEL BOCATO)



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