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GESTÃO DE CUSTOS
Diminuição de matéria-prima, renegociação de contratos e terceirização são alternativas novas para a redução de gastos
Controle eficiente não é sinônimo de cortes
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A gestão de custos é uma das
áreas mais importantes para a
saúde da empresa, mas, diferentemente do que muitos pensam,
não é sinônimo de corte de despesas. Faz parte de uma estratégia
bem mais ampla.
A primeira coisa a fazer é identificar onde a companhia quer
atuar, que clientes ela quer atender e que produtos ela pretende
vender. O maior erro é diminuir o
investimento em um produto ou
em um serviço que o segmento de
mercado atendido valorize (como
uma pizzaria que corta o serviço
de entregas, por exemplo).
"Identificado o que o seu público preza, você investe nisso. Pode
até ser que, num primeiro momento, seu custo aumente", diz
Sidney Catania, controller corporativo da Votorantim Celulose e
Papel (VCP). Por outro lado, você
vai descobrir, por eliminação,
uma série de coisas que a empresa
faz que não são importantes para
o cliente. "É aí que você vai "atacar" [cortar]." Exemplo: investir
em logística, se o importante for o
produto chegar no tempo certo,
em vez de colocar dinheiro em
pesquisa, dependendo do caso.
Paralelamente, é importante ter
o menor custo fixo possível, além
de atuar constantemente sobre os
gastos variáveis, para que, num
momento de turbulência da economia, não haja queda expressiva
na rentabilidade da empresa.
Para isso, é bom renegociar
contratos constantemente com os
fornecedores, tendo em mente,
porém, que quem regula o preço
da matéria-prima é o mercado e
que por isso há pouca margem de
manobra. "Não podemos apertar
demais o fornecedor, senão ele
quebra", afirma Catania. "Às vezes até o ajudamos a reduzir seus
custos. Assim todo mundo sai ganhando. Reduzir custo a todo
custo é algo que já aprendemos
que não funciona", ensina.
Matéria-prima
Reduzir a quantidade da matéria-prima consumida é uma das
táticas preferidas do mercado hoje. "Redução de custos não é mais
fonte de competitividade, todos
fazem isso. Por esse motivo, as indústrias começaram a diminuir a
quantidade de produto por embalagem", constata Antonio Carlos Aidar Sauaia, professor de política de negócios da FEA-USP.
Como o controle dos custos variáveis deve ser constante, Artur
das Neves, sócio-diretor da consultoria Exe Consult, dá dicas de
onde mais procurar "gorduras".
"Há ferramentas de substituição
de tecnologia que proporcionam
reduções de até 30%, como instalar a transmissão de dados e de
voz através do mesmo cabo."
O "outsourcing", ou terceirização de mão-de-obra, é outro
exemplo. Mas é preciso critério.
"Terceirizar as atividades do "core
business" [negócio principal] pode gerar um passivo [despesa]
trabalhista muito alto", avisa.
Outro conselho é repensar a cadeia de distribuição, responsável
por cerca de 20% a 25% dos custos. "Implantar compras via internet, por exemplo, pode ser
mais econômico."
(RGV)
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