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TERCEIRA LIÇÃO
Cortar pessoal não é a saída
ARIE DE GEUS
ESPECIAL PARA A FOLHA
Embora os fatores que causam a redução de pessoal nas
empresas sejam uma preocupação importante no mundo
dos negócios, ainda não preocupam o suficiente a ponto de
fazer com que os gestores encontrem saídas alternativas ao
corte de colaboradores.
Todos têm consciência do
custo de sobrecarregar o pessoal que permanece, do risco
de perder a lealdade dos colaboradores -pela falta de motivação que acaba proliferando
entre eles- e da necessidade
de gastar novamente com contratação quando o negócio volta a se expandir. Para aumentar
o retorno, porém, seguem dispensando pessoal.
O que a maioria dos gestores
não percebe é que a chave do
sucesso de uma empresa está
nos próprios funcionários: é
necessário motivá-los e fazer
com que cresçam dentro da
empresa. Demissão não soluciona, só causa falta de lealdade
e desmotivação.
A meu ver, é necessário que
as empresas saiam da "prisão"
da linguagem econômica. Pode
até soar como um paradoxo,
mas as empresas tendem a
morrer cedo porque os seus líderes se concentram na produção e no lucro e esquecem que a
empresa é uma comunidade de
seres humanos, que deveria estar no negócio para sobreviver,
e não para morrer depois de algum tempo. A biologia tem
uma linguagem mais adequada
do que a economia.
O importante é mudar prioridades: de otimização de capital
para otimização de pessoas. O
impacto do conhecimento em
detrimento do capital é a chave
para o sucesso. À medida que
as pessoas, em vez de serem tópico de custo, se transformarem em fonte de negócios de
sucesso, uma nova espécie de
empresa começará a ser criada.
ARIE DE GEUS, 74, é professor da
London Business School e criador do
conceito "learning organization"
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