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PROCESSOS
Após a intensa modernização
tecnológica da década de 1990, empresas já unem vários setores em torno de objetivos comuns
Unidos, departamentos vencem dificuldades
RAFAEL ALVES PEREIRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O fim de investimentos pesados
em modernização tecnológica,
que marcaram a segunda metade
da década de 90, obrigou os executivos a buscar outra saída para
reduzir custos e aumentar a eficiência. As atenções agora se voltam para o ajuste dos processos
internos e externos das empresas.
Tudo isso de olho nos clientes,
que determinam se uma empresa
é ou não competitiva.
"A gestão de processos entrou
em foco quando os empresários
viram que os gastos com tecnologia não trouxeram os resultados
esperados", explica Luis Alberto
Piemonte, presidente da consultoria IDS Scheer. O objetivo passou a ser alcançar o máximo de
eficiência lançando mão das estruturas e dos capitais financeiro e
humano disponíveis. Por eficiência, leia-se atender às exigências e
necessidades do cliente.
"Nem sempre o cliente está interessado em preços baixos. Há
casos em que prazo de entrega,
por exemplo, pode ser mais importante. A empresa tem de estar
preparada para atender diferentes
demandas", avalia Maria Veronica Lessa, consultora empresarial e
professora da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). Segundo ela, a lógica de setores separados que funcionam
de maneira independente, cada
um com seus próprios objetivos e
resultados, está ultrapassada.
"O cliente não está interessado
em saber se os departamentos são
separados ou se têm responsabilidades distintas", corrobora André Duarte, professor do MBA
executivo do Ibmec. "Ele exige
atendimento satisfatório e vê apenas uma empresa, que deve ser
coesa e integrada", completa.
Difusão de valores
Analistas ouvidos pela Folha explicam que o importante -e
mais difícil- é conseguir que todos na companhia tenham conhecimento global dos processos
em que estão envolvidos e passem
a trabalhar para o conjunto da
empresa. Em organizações com
estruturas hierárquicas rígidas,
implantar esse novo realinhamento pode gerar focos de tensão.
"Quando derrubamos as barreiras horizontais entre as áreas, o
funcionário passa a ser responsável por um processo inteiro e, por
isso, é comum que tenha de se reportar a mais de um superior. Alguns chefes podem ficar melindrados", diz Piemonte, da IDS.
Técnicas modernas de gestão
indicam que os superiores não
devem tomar os funcionários como propriedades exclusivas de
um departamento. Cada empregado deve ser visto como uma peça capaz de ser adaptada ao setor
da empresa em que for mais útil.
"O mercado conhece uma boa
empresa num momento de crise.
Se antes o primordial era o prazo,
por exemplo, na crise o cliente vai
querer preços baixos. A empresa
precisa realinhar todos os seus
processos", explica Lessa, da
ESPM. "Se estiver coesa e focada,
todos vão trabalhar com esse objetivo, e a empresa vai atender à
exigência com sucesso."
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