São Paulo, Sábado, 12 de Junho de 1999
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PROVA
Estudantes de direito e engenharia civil devem sistematizar conhecimento
Exame vai cobrar maior nexo entre teoria e prática

da Reportagem Local

Os alunos de direito e engenharia civil que vão fazer, amanhã, o Exame Nacional de Cursos devem encontrar uma prova mais equilibrada e que tenta articular teoria e prática, de modo mais intenso do que nos anos anteriores. Os dois cursos, ao lado de administração, formam o grupo que está sendo avaliado desde que o provão foi criado, em 1996.
Na parte discursiva da prova de direito, serão apresentados cinco casos referentes a assuntos diversos (em 98, haviam sido propostos quatro casos). Isso ocorre porque foi incluída uma questão que foge àquelas estritamente ligadas à legislação,como sociologia do direito, por exemplo.
Dessas, os estudantes terão de escolher duas. Além disso, as diretrizes da prova de 99 prevêem uma melhor distribuição de temas e do grau de dificuldade entre as 40 questões de múltipla escolha.
"É preciso existir um equilíbrio entre a dificuldade da prova e o interesse do aluno, para estimulá-lo a fazer o exame, já que ele não tem nenhuma obrigação de respondê-lo", diz Fernando Scaff, professor da Universidade Federal do Pará e membro da Comissão de Direito do Exame Nacional de Cursos.
Em engenharia civil, a prova deverá enfatizar, nas dez questões discursivas, a tendência consolidada no ano passado, quando foi estruturada em dez questões discursivas baseadas em problemas que um profissional enfrenta no dia-a-dia. "O conhecimento é informação sistematizada. O aluno tem de mostrar, na prova, que é capaz de identificar informações e organizá-las", diz Hélder Antônio Guimarães, professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e membro da Comissão de Engenharia Civil do Exame Nacional de Cursos, responsável pela elaboração das diretrizes da prova.
Assim, diferentemente do primeiro ano em que o curso foi avaliado pelo provão, em que as questões tendiam a explorar mais os conteúdos de maneira isolada, a prova de 99 deverá ser composta por questões que exploram as relações entre tópicos de disciplinas diferentes.
A multidisciplinaridade deverá dar o tom do exame de engenharia elétrica. "A idéia é tentar fazer com que o aluno mescle conhecimentos considerados básicos para resolver as questões", diz José Sidnei Colombo Martini, professor da Escola Politécnica da USP e da Comissão de Engenharia Elétrica.
Essa característica do exame deverá ficar mais evidente na parte específica da prova, em que o aluno deverá escolher três questões de um total de 15 que lhe serão propostas. "Não adianta usar só conteúdos memorizados para responder as questões", diz Martini.
Engenharia mecânica e economia serão avaliados pela primeira vez neste ano. As provas devem seguir a tendência das áreas em que se inserem.
Os alunos de mecânica terão de responder dez questões discursivas -como nas outras engenharias- e os de economia, questões de múltipla escolha e discursivas. (MARTA AVANCINI)


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