São Paulo, Sábado, 12 de Junho de 1999
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Exame desperta revoltas desde o primeiro ano

especial para a Folha

Desde que Alagoas foi o estado campeão em boicote ao primeiro provão, com taxa de 84,38% de provas entregues em branco dos alunos de administração, o país não viu mais um índice tão alto de recusa ao exame.
Dois anos depois, a situação mudava drasticamente: em 1998, foi o curso de jornalismo que liderou nos índices de boicote com pouco mais de 10%, em todo o Brasil.
Os cursos recém-incluídos na relação do provão costumam demonstrar as maiores taxas de provas não válidas, em todos os anos.
Foi o caso de engenharia civil, que em 1996 teve três Estados com percentual de provas entregues em branco superior a 60%: Goiás, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.
Nesse ano, os coordenadores de um colégio da zona norte do Rio autorizaram a maioria dos alunos a não preencher as provas de administração e engenharia civil devido à confusão provocada por universitários ligados à UNE.
Mas foi em 1997 que o incidente mais grave aconteceu. Duas pessoas ficaram feridas em confronto com seguranças antes do início do provão na Uni-Rio (Fundação Universidade do Rio de Janeiro), na Urca (zona sul).
O conflito começou quando um grupo de militantes liderados por Leandro Cruz, então membro da Executiva Nacional da UNE, e por Ricardo Cappelli, atual presidente da entidade, invadiu o edifício onde 764 estudantes deveriam fazer a prova. Os militantes queriam evitar que os alunos fizessem o exame.

Cárcere privado
No ano passado, o estudante de direito Rafael Favetti, filho do ex-diretor da Polícia Federal Moacir Favetti, destacou-se como um dos mais inflamados contestadores do provão em Brasília.
Favetti entregou a prova em branco e queria que os fiscais o deixassem sair imediatamente, e não às 14h30, horário mínimo estabelecido para a saída dos estudantes.
Ele saiu da sala e ficou fazendo protestos no portão do Centro Educacional La Salle. Junto com colegas também estudantes de direito, Favetti estava disposto a denunciar o incidente à Justiça por entender que se tratava de um caso de cárcere privado. (GA)


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