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AVALIAÇÃO
Medicina e economia realizam estudos próprios para diagnosticar os problemas específicos com a formação
Novos cursos já adotam avaliação alternativa
da Reportagem Local
Dois dos três cursos que foram
incorporados à lista dos avaliados
no Exame Nacional de Cursos neste ano -economia, medicina e engenharia mecânica-, já desenvolveram e aplicaram sistemas próprios de avaliação. Nos dois casos,
medicina e economia, já foi feito
um diagnóstico dos problemas e
necessidades dos cursos e já estão
sendo implantadas medidas visando a melhora da qualidade.
Desde o final dos anos 80, a
maioria dos cerca de 95 cursos de
medicina que existem no Brasil
participam do projeto de avaliação
institucional coordenado pela Cinaem (Comissão Interinstitucional Nacional de Avaliação do Ensino Médico). Já na área de economia foi realizado um censo para
mapear o atual estado dos cursos e,
com base nos dados levantados,
implementar mudanças (leia textos nesta página).
Exame dispensável
Por isso, nessas áreas, há quem
defenda a idéia de que o provão
possa ser um instrumento de avaliação dispensável. "Em medicina,
o provão não deverá acrescentar
dados aos que já levantamos e aos
que estão disponíveis no próprio
MEC. Além disso, muitas das diretrizes adotadas pelo provão seguem os padrões criados pela Cinaem", diz Regina Parizi, vice-presidente do Conselho Federal de
Medicina, uma das entidades que
integram a Cinaem.
O exame da Cinaem, diz ela, é
mais completo do que o provão,
pois avalia, além dos conteúdos
desenvolvidos ao longo do curso,
aspectos éticos e práticos da profissão, como a postura do médico
diante do paciente.
A prova de medicina pretende
avaliar a formação do futuro médico em dois planos: o das matérias
básicas e o das de transição e profissionais em cinco grandes áreas
(clínica médica, cirurgia, ginecologia, obstetrícia e pediatria).
Outro questionamento feito é relativo à legitimidade do provão. "É
indiscutível que o MEC deve avaliar o processo de formação porque é o responsável pelo credenciamento das instituições e deve
cuidar da qualidade. O único risco
é que o provão não reflita a qualidade real das escolas porque é um
exame teórico", diz Regina Stella,
presidente da Cinaem e vice-reitora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Há quem aposte, porém, na diminuição da resistência ao provão
na área de medicina. "A aceitação
vem aumentando. O provão e a
avaliação da Cinaem não são excludentes. São mecanismos diferentes. E o provão não é o único
instrumento adotado pelo MEC,
tem também a avaliação das condições de oferta", diz
Economia
O provão deverá colaborar para
melhorar a qualidade dos cursos
de economia do Brasil. É o que defende o presidente do Conselho
Federal de Economia e professor
da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), Antônio
Corrêa de Lacerda. "Não é a única
solução. O provão precisa ser inserido no conjunto de uma política
educacional para melhorar a qualidade, mas com base nas diretrizes
e nos resultados do censo, montamos uma agenda de discussões
com o MEC para discutir a melhora da qualidade."
Um dos desafios a serem enfrentados é a homogeneização da qualidade dos cursos. "Existe muita
disparidade e diferença entre as regiões. Acho que esse é o principal
problema a ser enfrentado dentro
do atual contexto da profissão."
O principal desafio da área é, na
opinião de Lacerda, formar profissionais capazes de atuar em um
contexto de globalização da economia e que consigam transitar
por diferentes campos e assuntos.
(MARTA AVANCINI)
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