Brasil vê seu GP mais esvaziado

Quase sempre sinônimo de arquibancadas cheias e corridas espetaculares, Interlagos recebe hoje a 40ª edição do GP Brasil de F-1 sem muitos motivos para comemorar.

Com os dois títulos mundiais decididos há mais de um mês graças ao domínio da Red Bull e de Sebastian Vettel durante o ano, pouca coisa estará em disputa nas 71 voltas da prova cuja largada acontece às 14h (de Brasília).

À exceção de 2004, quando Michael Schumacher conquistou seu título na Bélgica, em agosto daquele ano, este será o GP Brasil de menor importância para o campeonato desde que entrou para o calendário da F-1, em 1973 -o primeiro GP foi em 1972, mas não valeu para o Mundial.

A diferença é que, naquela temporada, com uma Ferrari bastante superior ao resto do grid, Rubens Barrichello largava da pole position e tinha chances de lutar por uma vitória diante da torcida (completou a prova em terceiro).

Agora a situação é bem diferente. Apesar de contar com três pilotos desde a metade do ano, o Brasil vive um de seus piores jejuns de bons resultados na categoria. E pode ficar sem nenhum pódio pela primeira vez desde 1998.

Terceiro país mais vitorioso da história da F-1, segundo em número de poles e de títulos mundiais, o Brasil não vê um de seus pilotos ser campeão há 20 anos, desde que Ayrton Senna conquistou seu terceiro Mundial.

Mas não é só isso. Mesmo em triunfos o país tem deixado a desejar. A última vitória foi a de Barrichello no GP da Itália de 2009.

Atualmente na Williams, Barrichello luta para conseguir chegar entre os dez primeiros colocados e assegurar uma vaga na F-1 em 2012, já que seu contrato com o time inglês acaba no final do ano.

Apesar de estar na Ferrari, a situação de Felipe Massa não é muito melhor que a do compatriota. Sem vencer desde o GP Brasil de 2008, quando perdeu o título para Lewis Hamilton por um ponto, o piloto pode completar sua pior temporada desde que chegou à equipe italiana, sem considerar 2009, quando sofreu grave acidente na Hungria.

Além disso, Massa já completou mais de um ano sem ao menos subir no pódio -sua última aparição foi no GP da Coreia, na temporada passada.

O ferrarista, aliás, é o único brasileiro com permanência na F-1 assegurada em 2012, já que Bruno Senna, da Renault, também não tem contrato para o próximo ano e tenta hoje um bom resultado para aumentar sua chances.

E, para esvaziar ainda mais o GP de hoje, a etapa brasileira da F-1 coincide com a penúltima rodada do Campeonato Brasileiro de futebol e a primeira fase da Fuvest. (FERNANDO ITOKAZU, NELSON BARROS NETO, SANDRO MACEDO E TATIANA CUNHA)