São Jorge Januário

O Vasco vive em São Januário. O Corinthians está cada vez mais distante do Parque São Jorge. Os times que chegam à última rodada do Nacional com chance de título se relacionam de forma bem diferente com seus clubes.

O time paulista treina num CT distante quase 10 km de sua sede social, manda seus jogos no Pacaembu, se concentra num hotel em Higienópolis e constrói seu estádio em Itaquera -tudo muito longe do Parque São Jorge.

Enquanto isso, o time do Vasco respira São Januário. O time treina na sede social, no mesmo gramado em que manda suas partidas.

Entrevistas coletivas, apresentações de jogadores, tratamento de atletas lesionados, tudo ocorre lá, em meio ao movimento dos sócios.

Após o fim do Campeonato Brasileiro, o clube planeja iniciar a construção de dois campos anexos, para aliviar a carga sobre o gramado do estádio de São Januário.

O Corinthians começou a se afastar de sua sede social em setembro de 2010, quando o centro de treinamento foi reinaugurado -até então era usado eventualmente, por causa da estrutura precária.

"No começo, a gente sentiu que o movimento no clube caiu um pouco", conta a diretora do departamento feminino, Cacilda Ribeiro. "Principalmente aos sábados, quando os treinos eram abertos de vez em quando."

Mas a maioria dos sócios não reclama da distância do time. Pelo contrário. Há quem aplauda o afastamento, porque o clube deixa de ser alvo de protestos violentos de torcidas organizadas, como os que ocorreram neste ano.

O último grande evento ligado ao futebol ocorrido no Parque São Jorge foi a apresentação de Roberto Carlos, em janeiro do ano passado.

O anúncio da aposentadoria de Ronaldo e a chegada de Adriano, neste ano, já ocorreram no CT Joaquim Grava. O estádio Alfredo Schürig, nome oficial da "Fazendinha", não abriga um jogo desde o amistoso contra o Brasiliense, em agosto de 2002. O presidente Andres Sanchez já disse que pretende transformar o local numa arena para shows.