Índice geral Esporte
Esporte
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Torero, no Japão

Reocádiro assiste ao jogo no meio dos inimigos kashiwenses

JOSÉ ROBERTO TORERO
COLUNISTA DA FOLHA

O meu nome é Leocádio, mas aqui no Japão me chamam de Reocádiro.

Bom, antes de sair do hotel, o meu tio Torero mandou eu pôr toda a roupa que a minha mãe colocou na mala para os dias de jogos. E isso é muuuuuita roupa. São duas calças, meias de lã, cachecol, gorro, luvas, duas camisas, blusa superquente e um hiperultracasaco que me deixa o maior gordão. Estava tão balofo que se caísse no chão nem ia doer (ia ser difícil levantar, não experimentei).

Aí a gente chegou ao estádio, que é dez. Meu tio falou que preferia a Vila Belmiro, mas aposto que estava mentindo, porque falou do mesmo jeito que nem quando elogia a comida da minha mãe.

O jogo estava meio chato, mas aí o Neymar fez um golaço. O goleiro kashiwense até se jogou no chão, de tão triste que ele ficou. Esse goleiro, que é japonês mas é loiro, estava mesmo com azar, porque logo depois o Borges acertou a bola no lugar onde o meu tio diz que a coruja faz o ninho (mas eu nunca vi ninho de coruja numa trave).

No segundo tempo, logo de cara eles fizeram um gol. Então o Danilo cobrou uma falta superbem (outra bola impegável para o goleiro azarado) e ficou 3 a 1. O Kashiwa ainda deu um chute na trave, mas o Santos ganhou.

Bom, o que mais gostei no jogo foi que lá as pessoas sentam misturadas, inimigo com inimigo. Tinha um monte de torcedor do Kashiwa do lado da gente e ninguém brigou.

Ia ser o maior legal se no Brasil todo mundo também visse futebol junto.

-

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.