Defensores superam dramas pessoais e obtêm titularidade

Dois personagens que poderão ser campeões mundiais amanhã atuando como titulares são grandes exemplos de superação em um mesmo ano que parecia terrível.

Esquecido em meio à celeuma que se tornou a lateral esquerda do Santos, o zagueiro Bruno Rodrigo ganhou uma vaga de titular às vésperas da partida mais importante do clube em 48 anos.

Jogar a final será a redenção do atleta, que passou todo o ano de 2010 no departamento médico após duas cirurgias nas costas. Neste ano, atuou muito pouco, cercado de desconfiança.

"É um presente de Deus, estou feliz por ter dado a volta por cima", disse o beque.

O caso de Abidal, defensor do Barcelona, é mais dramático. Ele anunciou no começo do ano que tinha um tumor no fígado. Houve quem decretasse o fim de sua carreira, mas ele voltou a jogar cerca de dois meses depois e ajudou o Barça a ganhar a nobre Copa dos Campeões.

O francês serviu de inspiração para o elenco do Barcelona e chegou a ser jogado para o alto pelos companheiros como celebração.

"É incrível ver que um jogador que passou pelo sufoco de tirar um tumor do fígado conseguiu uma recuperação como essa", diz o técnico do Barça, Josep Guardiola.

Já no caso de Bruno Rodrigo, poucos apostariam que, com uma boa condição na parte física, ele pudesse virar titular na final do Mundial.

"Eu sabia que tinha chance de jogar e me preparei", disse o zagueiro, que ficou com a vaga de Durval, deslocado para a lateral esquerda. Léo foi para o banco.

"O Bruno conseguiu a titularidade por méritos, é muito bom jogador. A pior coisa para um atleta são as lesões, e ele passou um ano todo se recuperando. Estamos felizes com o retorno dele", elogiou o zagueiro Edu Dracena.

Abidal concorre ao prêmio Laureus, o Oscar do esporte, na categoria "volta por cima".

O zagueiro Puyol chegou a ceder a faixa de capitão a Abidal na Copa dos Campeões, para ele levantar a taça. (LEONARDO LOURENÇO E RODRIGO BUENO)