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Clube vende como seleção e tem três organizadas no país

DE SÃO PAULO

Quinta-feira, 15 de dezembro de 2011, 11h, estação São Joaquim do metrô: em meio a dezenas de pessoas que aguardam o trem, há apenas uma peça de roupa que remete a um time de futebol.

Eduardo Henrique dos Santos, 18, assegura que a versão pirata do boné azul do Barcelona que usa cravado na cabeça não é somente mais um artigo de moda.

O time catalão não é aquele pelo qual ele tanto gritou na infância. Mas, hoje, confessa que costuma ver mais "os dribles de Messi e os passes de Xavi" do que as "trombadas" do palmeirense Luan.

Com títulos em série e futebol vistoso que faz a equipe atual ser comparada às melhores da história, o Barcelona ganhou admiradores e torcedores por todo o mundo. Virou fenômeno global, e essa onda invadiu o Brasil.

Os espanhóis, que segundo a Nike vendem cerca de 100 milhões de camisas por ano no mundo, quase o mesmo que a seleção de Mano Menezes, lideram também a vendagem entre os times e seleções estrangeiras no país.

Sessenta por cento dos uniformes do time negociados no Brasil são de tamanho infantil, o que demonstra como a "Barçamania" é forte no público mais novo.

"Os brasileiros estão apaixonados pelo nosso estilo de jogo. Para eles, o Barça é nostalgia. Nos anos 1970, o futebol brasileiro também era baseado na posse de bola e nas triangulações", diz Ferran Royo, presidente de uma das três peñas (torcidas oficiais) que o clube possui no país.

A facção foi fundada em 2004, antes do boom causado pela geração Messi. Mas tem se beneficiado do sucesso do time: os sócios aumentaram de 200 para 300 no último ano. "E 70% deles são brasileiros", orgulha-se.

Muitos até abandonaram os times para os quais torciam para se dedicarem exclusivamente à nova paixão.

A advogada carioca Rebeca Oliveira, 30, flamenguista por reflexo, nem gostava muito de futebol até abril. Mas descobriu o Barcelona, virou torcedora fanática e repetiu a viagem para a Catalunha apenas para ver o time jogar -dois anos atrás, nem havia visitado o Camp Nou.

"Não dá nem para comparar [com o Fla]. Olha como joga um time e olha como joga o outro", afirma Oliveira.

Mas há quem encontrou um jeito de conciliar e aproximar suas duas torcidas.

"O Barcelona é Corinthians. Os dois são do povo. E tem a rivalidade com o Real, que é tipo o São Paulo", filosofa o funcionário do Tribunal de Justiça de São Paulo Thiago Bestetti. (RR)

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