Muito mais craque

Messi não terá como tirar proveito de sua atuação de ontem para a eleição de melhor jogador do mundo de 2011, pois a Fifa normalmente já capta antes do Mundial de Clubes os votos para a sua premiação. Mas não será isso que vai impedir o argentino de faturar mais uma vez.

Em seu primeiro duelo com Neymar por uma competição oficial, o argentino teve mais uma atuação espetacular e decisiva, que lhe rendeu mais marcas e recordes no futebol.

Em 2010, ele também decidiu um amistoso entre Brasil e Argentina, no Qatar, com Neymar em campo: 1 a 0.

Ontem, foram dois gols e uma assistência, um inferno total para a defesa santista.

"Foi uma conquista saborosa contra uma equipe forte que é o Santos. Controlamos a bola todo o jogo. Estamos acostumados a fazer esse tipo de jogo. Estamos muito felizes. O objetivo é manter essa forma", declarou o craque.

Messi foi o primeiro a ser eleito duas vezes o melhor jogador de um Mundial de Clubes -já tinha sido o maior destaque em 2009, quando foi campeão fazendo o gol do título ante o Estudiantes.

"A vontade de querer conseguir mais coisas existe, de estar em cima sempre, em todos os treinos, partidas, e vamos nos preparar em todos os jogos como uma final", disse o atacante de 1,69 m.

Messi, que participou diretamente de 43 gols em 26 partidas nesta temporada europeia (28 tentos e 15 assistências), tornou-se o primeiro jogador a balançar as redes e dar assistências em seis competições diferentes em um mesmo ano -Pedro já havia feito gol em seis torneios diferentes pelo Barça.

Em 2011, Messi já anotou um total de 55 gols, seu recorde num ano. Marcou pelo Mundial de Clubes, pela Copa dos Campeões, pelo Espanhol, pela Copa do Rei e pelas Supercopas tanto de Europa quanto de Espanha.

"O Barcelona é a melhor equipe do mundo, tem jogadores indiscutíveis e isso faz com que um se beneficie do outro", afirmou o argentino.

Ontem Messi deu 13 dribles, segundo o Datafolha, e acertou 12 desses. Recebeu 97 bolas e acertou 79 dos 89 passes que arriscou. Os quatro chutes que deu tiveram o alvo certo, dois entraram.

"Tomara que a gente continue dessa maneira. Agora é férias e depois trabalho para seguir esse ritmo", disse o camisa 10, cujo uniforme era coqueluche no Japão. Messi foi só o oitavo da história a marcar em mais de uma final de Mundial de Clubes (entre os outros estão Pelé e Eusébio).

Mesmo sem contar tudo isso, Messi será eleito em janeiro pela terceira vez consecutiva pela Fifa o melhor do mundo, algo inédito. Igualará Ronaldo e Zidane em número de troféus do tipo.

O jogador argentino, ainda com só 24 anos, superou a casa dos 200 gols pelo Barcelona e caminha para ser o maior artilheiro da história do time catalão, pelo qual ele já conquistou 18 títulos.

No Japão, Messi pôde desfrutar um pouco com sua namorada Antonella Roccuzzo e com familiares, pois os atletas tiveram folgas e puderam dormir com as companheiras.

Nos telões, sempre Messi foi o principal chamariz da competição. Ontem, na zona mista, atendeu de forma simpática os jornalistas. (LEONARDO LOURENÇO E RODRIGO BUENO)