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Minha história - Luciane Escouto

Miss das quadras

Eleita 'a mais bela gaúcha' no fim do ano passado, jogadora da Superliga se divide entre o reinado como miss -graças à insistência da mãe-, o sonho de ser modelo e a carreira no vôlei, que iniciou na adolescência

MARCEL MERGUIZO
DE SÃO PAULO

RESUMO

Eu tinha esse sonho de ser modelo, mas a vida acabou me levando para o vôlei.

Comecei a jogar na escolinha do colégio, em São Leopoldo (RS), com 11 anos. Aos 14, já me mudei para São Paulo, para jogar na categoria de base do Finasa, em Osasco. Depois fui para Pinheiros, Franca, Medley e outras equipes. Para São Paulo fui sozinha, para jogar vôlei mesmo.

Sempre fui a mais alta do time, cheguei a ser convocada para as seleções de base, mas, infelizmente, nunca atuei com a camisa do Brasil.

É minha primeira temporada no Mackenzie, me adaptei muito rapidamente a Belo Horizonte. Estou amando as gurias, o técnico Ricardo Picinin, a cidade. Mas tive que trancar, no terceiro semestre, a faculdade de fisioterapia em São Paulo.

Esta já é minha quinta Superliga. Cheguei como titular, mas, por causa do concurso de miss, perdi muitos treinos, perdi meu preparo físico e só agora estou pegando ritmo de jogo novamente. Estou entrando aos poucos.

Nunca fui modelo. Minha mãe (Verônica) sempre teve muita vontade de me ver desfilando. Eu também tinha vontade. Já tinham me parado na rua dizendo que devia virar modelo. Mas este foi meu primeiro concurso.

Sempre gostei, mas minha mãe foi quem insistiu. Ela já queria me inscrever em outros concursos. Mas este era meu último ano, a última oportunidade por causa da idade (faz 25 anos em junho).

Quando minha mãe me inscreveu, achei que o clube não ia me liberar. Mas o pessoal entendeu. Me chamaram, fui. Não acreditei nem quando fiquei entre as 20 finalistas. Não achava que tinha chance. Sempre malhei muito. Não era magra, como as modelos, eu era forte.

O concurso foi de agosto a outubro. Eu treinava de sábado a segunda. De terça a sexta, eu ia para Porto Alegre ou tinha algum dia de folga.

Não perdi nenhum jogo do Campeonato Mineiro, mas perdi muitos treinos e acabei no banco de reservas. Acabamos vice-campeãs.

Foi uma loucura total aquela época. Minha família e meu namorado (o fisioterapeuta da equipe do Macaé, Alison Monteiro) que me ajudaram. Tinha agenda do concurso, evento na TV (a Rede Pampa é a organizadora). Não estava mais aguentando.

Na final, todas eram modelos, menos eu. Não acreditei quando ganhei. Chorei.

Agora, com a Superliga, não tem como continuar indo para o Sul sempre. Estão surgindo algumas propostas de trabalho, mas eu bem que queria mais. Agora, em fevereiro, volto a ter agenda (de miss) e vai até novembro, quando acaba meu reinado.

Na época da base do Pinheiros, aos 17 anos, já tinha um técnico, o Almir Souza, que me chamava de miss. Sempre levei na brincadeira. As meninas do time também brincavam com isso, mesmo sem eu ser miss (risos).

Eu gosto. Deixo as portas abertas para todo tipo de trabalho. Só não para fotos sensuais. Não pode. Miss precisa ser mais recatada.

Na época do concurso, mudei. Tive de secar, parei de malhar forte, mudei a alimentação. Perdi 2 kg de massa muscular. Dei uma emagrecida, fui para uns 71 kg.

Minhas outras medidas são: 100 cm de quadril, 68 cm de cintura, 92 cm de busto e 1,85 m de altura.

No concurso, precisa ser sequinha. Atleta precisa de mais energia. Mas já estou mais forte, com bração.

Sempre fui vaidosa, mas agora redobrei os cuidados. Tem uma clínica de estética que vou lá no Sul, algo que não fazia antes. Mudei a alimentação. É até engraçado, porque as meninas vêm perguntar os truques. Até maquiagem elas ficam me perguntando o que fazer.

No concurso, ganhei um carro (Picanto), uma viagem para a Disney, um book (fotográfico) e o contrato com uma agência de modelos. O carro foi ótimo, pois eu estava precisando, estava sem.

Hoje é difícil de responder (o que fazer no futuro), não tenho condição de escolher. Se estivesse no Sul, podiam estar aparecendo mais trabalhos (como modelo), porque o concurso foi lá. Não me arrependo de nada. Também estou feliz pelo vôlei, é minha profissão. Não penso em parar com nada, acho que dá para conciliar tudo.

Muita coisa mudou desde que ganhei o concurso, nunca fui tão conhecida. Virei a miss jogadora.

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