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Contradições

O futebol brasileiro vive de contradições. Passa da euforia à depressão rapidamente

O futebol, cheio de dúvidas, incertezas, contradições, emoções, alegrias e tristezas, é uma metáfora da vida.

Espertalhões costumam ter comportamentos contraditórios. Roubam dinheiro público, cometem todos os erros de um mau cidadão e, ao mesmo tempo, fazem caridades, belos discursos contra a injustiça social e ainda beijam e se enrolam na bandeira, quando o Brasil ganha um Mundial. São os espertalhões patriotas.

Os Estaduais estão repletos de contradições. Enquanto os grandes clubes gastam fortunas em contratações, repatriamentos, pagamentos a jogadores, a técnicos e até a gerentes, atrasam salários, não pagam impostos e jogam em gramados ruins. Torcedores pagam caro para ver partidas fracas e em estádios sem segurança e sem conforto.

A contradição é uma característica do país. O Brasil é a sexta economia do mundo, mas, no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ocupa a 84ª posição.

Há uma euforia contraditória com o futebol brasileiro. Os jogadores estão ficando mais e voltando mais para o Brasil, porque a Europa passa por uma crise financeira, os grandes clubes, especialmente de Rio e São Paulo, estão com mais dinheiro, e também porque diminuiu o interesse dos europeus pelos brasileiros.

Os craques que estariam no Brasil e que seriam destaque nas principais equipes da Europa não existem mais. Neymar é exceção. Os melhores brasileiros já estão lá e não falam em voltar, como Daniel Alves, Thiago Silva e outros. Os medianos e os bons, em grande número, costumam ir para times médios da Europa e, com frequência, logo voltam, por vários motivos, principalmente porque não eram tão bons quanto diziam.

Outros, como D'Alessandro, não têm motivo para sair. Ele joga no Inter e ao lado de jogadores muito melhores do que encontraria na China. Isso é o mais importante. D'Alessandro já ganha um altíssimo salário.

Os grandes clubes brasileiros têm estrutura profissional muito superior e jogadores muito mais caros que os rivais sul-americanos. Mesmo assim, as partidas são equilibradas. É uma contradição. Real Potosí não vale.

Douglas teve ótimos e ruins momentos no Grêmio. Sai bastante criticado e volta ao Corinthians como maestro. Isso ocorre com frequência com os meias de ligação habilidosos e criativos. São endeusados quando dão um passe decisivo, e o time ganha, e chamados de sonolentos quando são anulados, e a equipe perde. É mais uma contradição, assunto para outra coluna.

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