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Campinas tem medo do dérbi

PAULISTA
Morte de torcedor acentua violência entre organizadas de Ponte Preta e Guarani

MARCEL RIZZO
ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS

Ponte Preta x Guarani, o clássico campineiro, chega aos cem anos marcado pela violência de suas torcidas.

Nesta semana, um homem de 28 anos morreu atingido por uma pedra em confronto entre organizadas.

O jogo de hoje pelo Campeonato Paulista, às 18h30 no Moisés Lucarelli, mobilizou prefeitura, polícias Militar e Civil, Ministério Público e clubes para evitar confusão.

Mesmo assim há tensão.

Pelo menos 30 homens da PM paulistana, especializados em segurança de partidas de futebol, vão se juntar aos 550 profissionais convocados do batalhão do interior.

A FPF (Federação Paulista de Futebol) decidiu anteontem proibir a entrada das organizadas no estádio, mas o efeito é quase nulo, já que os integrantes podem assistir ao jogo, desde que não estejam vestindo o uniforme das torcidas. Eles serão escoltados.

Ontem, a Vara da Adolescência e Juventude vetou a entrada no estádio de menores de 18 anos desacompanhados dos responsáveis.

"Tudo o que for previsível cuidaremos e evitaremos. O que não for previsível não temos como controlar", declarou o prefeito de Campinas, Pedro Serafim (PDT).

A morte de Anderson Rodrigues, para Serafim, foi imprevisível porque aconteceu uma hora e meia depois de um jogo entre garotos de Ponte Preta e Guarani. Ontem, foram presos seis suspeitos de matar Rodrigues.

TENTATIVAS

A Polícia Militar afirmou que enviou ao Ministério Público um pedido para que 72 torcedores identificados como baderneiros não pudessem entrar na partida.

O Estatuto do Torcedor prevê que pessoas consideradas perigosas passem quatro horas na delegacia durante partida de seus times. O Ministério Público disse à Folha que não recebeu o pedido.

Os clubes decidiram que, a partir do próximo dérbi, ainda sem data, os jogos serão com torcida única, com a presença do mandante. Os presidentes conversaram com representantes das organizadas, mas admitiram ser impossível controlá-los.

"Pedi para que não haja vingança. Mas minha mulher não quer mais que meu filho de 19 anos vá ao estádio", afirmou Marcelo Mingone, presidente do Guarani.

Em abril de 2010, o desembargador Lineu Peinado, do TJ (Tribunal de Justiça) de SP, decidiu que a FPF deveria colocar no regulamento das competições punição aos clubes, como perda de pontos e multa, caso torcedores identificados brigassem.

A entidade disse que não houve intimação e que colabora com os promotores na identificação dos agitadores.

Procurado pela Folha, o Ministério do Esporte informou que atua contra a violência com um cadastramento dos torcedores feito em conjunto com as Federações.

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