Federações de São Paulo e Rio entram em guerra

A Federação Paulista de Futebol (FPF) indicou um candidato para o cargo de vice-presidente na região Sudeste e escancarou a divisão pelo controle da CBF.

Com a decisão, paulistas e cariocas vão medir forças nas urnas para ver quem toma conta de uma das vice-presidências da entidade. A escolha é encarada pelos presidentes de federações como a antecipação da corrida eleitoral para o próximo pleito da confederação, em 2015.

Na quarta passada, a federação do Rio já havia apresentado a candidatura de Mário Jorge Lobo Zagallo, 80, para o cargo, que foi ocupado pelo paulista José Maria Marin até a renúncia de Ricardo Teixeira no mês passado. O candidato de São Paulo foi mantido em sigilo pela FPF.

Pelo estatuto da CBF, o vice-presidente mais idoso sucede o presidente da entidade em caso de renúncia. Foi isso que aconteceu com Marin, de 79 anos.

Se conseguir a vitória nas urnas, Zagallo será o primeiro na linha sucessória.

Como não houve acordo entre os Estados pela vaga, a CBF deve anunciar nos próximos dias uma eleição para definir o vice-presidente do Sudeste, segundo o diretor jurídico Carlos Eugênio Lopes.

Pela geografia da entidade, apenas Rio e São Paulo integram a região.

Os 27 presidentes de federações e os 20 representantes de clubes da Série A votam no pleito, o mesmo colégio eleitoral da eleição para presidente da confederação.

"Até agora, a CBF não nos informou o candidato de São Paulo. Essa decisão surpreendeu a todos. Essa disputa entre o Rio e os paulistas já deixa claro como será pontuada a corrida eleitoral pela presidência da CBF até 2015", afirmou o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Novelletto.

Ele é um dos que apoiam Zagallo. Novelletto argumenta que o controle da entidade não pode ficar concentrado nas mãos dos representantes de São Paulo, que, além da presidência da CBF, comandam a diretoria de seleções, a de arbitragem e o STJD.

NORDESTE DIVIDIDO

Já os presidentes das federações do Nordeste estão divididos na escolha do quinto vice-presidente da entidade.

"Zagallo merece muitas homenagens, mas não sou favorável a colocá-lo na vice-presidência. Ele é um vencedor, mas não pode ocupar um cargo administrativo", declarou o presidente da Federação Cearense de Futebol, Mauro Carmélio, um dos líderes da ala de "ricardistas", que garantiu a posse de Marin na confederação.

Comandado pelo presidente da federação do Rio, Rubens Lopes, o grupo que agora apoia Zagallo era favorável a uma nova eleição para escolher o sucessor de Teixeira, mas a tentativa falhou.