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Mano vira personagem do clássico

LIBERTADORES
Técnico da seleção rebate crítica de presidente do Santos

MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO

Sem querer, o técnico da seleção brasileira virou personagem importante do clássico paulista que decide uma vaga na final da Libertadores.

Ex-treinador do Corinthians, Mano Menezes se tornou alvo preferencial do presidente do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro.

Ontem, Mano respondeu com ironia aos ataques do cartola santista. "Neymar jogou três partidas com a gente, isso não é capaz de cansar um jogador", declarou.

Tratou-se de resposta às reclamações de Luis Alvaro, para quem Neymar "chegou estressado e estafado" da última excursão com a seleção brasileira, que disputou três amistosos nos EUA.

O presidente do Santos também vociferou contra o diretor de seleções da CBF, Andres Sanchez, ex-presidente do Corinthians.

Luis Alvaro vê nas ações de Mano e Andres uma conspiração para favorecer o Corinthians na Libertadores.

O cartola disse ter pedido a liberação de Neymar dos amistosos da seleção. E reclama que nenhum corintiano foi convocado por Mano.

Em evento de patrocinador da seleção ontem, em São Paulo, o técnico ameaçou "não falar sobre o assunto", mas, com a sutileza que lhe é característica, detonou o presidente do Santos.

"É um jogo grande [a semifinal da Libertadores] e, nessa hora, o pessoal fala coisas para tentar desequilibrar o outro lado", disse Mano. "É bom manter o respeito, deixar os jogadores decidirem."

O treinador disse ainda que o "bate-boca" está no nível diretivo e que portanto Andres teria que responder ao presidente do Santos.

"Se o Muricy tivesse falado alguma coisa, eu responderia", declarou. "O telefone do técnico da seleção está à disposição para quem quiser discutir questões técnicas."

O mal-estar entre o cartola e o treinador está posto desde março deste ano, quando Mano sugeriu que seria bom Neymar jogar na Europa, "para se desenvolver e evoluir".

Luis Alvaro tomou a declaração de Mano como um ataque pessoal a ele, que "tanto esforço" fez para segurar o atacante no Brasil. "Seria bom para ele [Mano] fazer um estágio na Europa também", disparou o cartola.

A situação piorou recentemente, quando a seleção brasileira disputou quatro amistosos, na Alemanha e nos EUA. O Santos pediu -e obteve- a liberação de Rafael, Ganso e Neymar do primeiro desses jogos, contra a Dinamarca, em Hamburgo.

Mas, para as três partidas seguintes, Mano não pôde contar com Ganso, que fez uma cirurgia no joelho direito. O meia se recuperou enquanto a seleção excursionava e voltou a tempo de jogar a semifinal da Libertadores.

A comissão técnica da seleção -Mano à frente- não gostou de ver Ganso priorizar o clube em detrimento da seleção. Hoje à noite, o treinador não estará no Pacaembu.

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