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Edgard Alves

Força feminina

Antes com atuação discreta, atletas mulheres ganham cada vez mais espaço na história olímpica

Teve muita repercussão na mídia a notícia de que a Arábia Saudita decidiu incluir mulheres na sua delegação para competir na Olimpíada de Londres, que começa no próximo dia 27.

Entidades de direitos humanos vinham fazendo pressão contra o país por causa da sua recusa histórica em inscrever atletas mulheres e proibir as práticas esportivas femininas nas escolas públicas. A relevância dessa decisão foi justificada pelos sauditas como mais um passo rumo à abertura política e social.

Quanto à educação física, a vice-ministra do governo saudita, Noura al Fayez, revelou haver planos de incluí-la na grade curricular. Qatar, Brunei e Arábia Saudita, países onde prevalece a religião islâmica, são os únicos que nunca enviaram mulheres para os Jogos.

Os qatarianos também anunciaram que essa barreira será quebrada em Londres.

Hoje, qualquer modalidade que almeje integrar o Programa Olímpico deve ser praticada pelos dois gêneros. É o que ocorre com o golfe e o rúgbi, que retornarão no Rio, em 2016. Em Londres, quebrando a tradição, o boxe, único esporte que resistia, passa a ter torneio feminino.

Após atuação discreta na maior parte da história olímpica, a inclusão feminina continua ascendente.

Pela primeira vez na história dos Jogos, os Estados Unidos, potência olímpica, contarão com maioria feminina (269 a 261), sendo a mais velha das atletas, a cavaleira Karen O'Connor, 54, e a mais nova, a nadadora Katie Ledecky, 15.

O Brasil vai à Inglaterra com 259 atletas (136 homens e 123 mulheres). Há quatro anos, a delegação ganhou 15 medalhas (3 ouros, 4 pratas e 8 bronzes), com campanha marcante das mulheres: ouro de Maurren Maggi e do vôlei, prata do futebol e bronze de Natália Falavigna, no taekwondo, Ketleyn Quadros, no judô, e Isabel Swan/Fernanda Oliveira, na vela. Além das medalhistas de Pequim, como Maurren, Falavigna, vôlei e futebol, o Brasil tem chances de pódio no feminino com Fabiana Murer, no salto com vara; no judô, o time é forte, especialmente Sara Menezes e Mayra Aguiar; no vôlei de praia com a dupla Juliana/Larissa. Pelo retrospecto nos últimos dois anos no pentatlo moderno, Yane Marques pode ser incluída no grupo.

As mulheres, no entanto, continuam em baixa no plano econômico. O ranking dos cem atletas mais bem pagos do mundo, da revista americana "Forbes", incluiu apenas duas, ambas tenistas: a russa Maria Sharapova, em 26º lugar, e a chinesa Na Li, em 81º. Sharapova será a porta-bandeira da Rússia no desfile de abertura.

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