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Brasileiros celebram arroz e feijão no lugar de McDonald's

DOS ENVIADOS A LONDRES

Arroz, feijão, carne e salada com sabor caseiro no prato e técnicos de olho na balança. É assim que a delegação brasileira pretende manter atletas saudáveis e com o peso certo para a Olimpíada.

Deixar os competidores longe da Vila Olímpica é uma das estratégias do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e de confederações. Na moradia dos atletas, além do clima festivo, há outra tentação: lanches gratuitos do McDonald's.

"Na Vila, o arroz não é aquele arroz. A carne tem um molho que não é legal. E tem McDonald's e pizza de graça o tempo todo", afirma a corredora Rosângela Santos.

No Crystal Palace, base da delegação em Londres, Roberta Sudbrack, 44, é a responsável pelo cardápio. Ex-goleira de handebol, a chef é voluntária da delegação.

Os atletas até podem sair, mas a orientação é que fiquem ali para manter o foco e a alimentação controlada. "Não é proibido sair. Mas sabemos o que temos que fazer dar certo", diz Rosângela.

"[Da outra vez em que estive no Crystal Palace,] fiz compras e comi naquele restaurante famoso do Jamie Oliver. Agora não é hora", diz o nadador Thiago Pereira.

A delegação de judô, que faz aclimatação em Sheffield, também cuida da alimentação. As nutricionistas Gisele Lemos e Roberta Lima tiveram até de ensinar os chefs locais a preparar feijoada.

"Não havia os ingredientes ou não encontravam os certos. Em vez de feijão preto, o chef comprava fradinho", diz Gisele. Foram necessárias dez "aulas" para acertar o sabor.

"Saía insossa ou com gosto acentuado de alho. Quando estava quase acertando, [o chef] trocou de emprego e tentou ensinar seu substituto, que não aprendeu."

A solução foi encontrar um chef brasileiro em Manchester, que foi a Sheffield ensinar a preparar o prato.

Os judocas têm seu peso controlado durante a preparação para os Jogos. O mesmo acontece no atletismo.

"Não podemos dizer: 'Está proibido comer no McDo-nald's. Mas podemos explicar que aquilo vai atrapalhar. Cada técnico vai ter uma balança para controlar o peso de seus atletas com a frequência que achar necessário", diz Ricardo D'Ângelo, treinador-chefe da equipe nacional.

Entretanto, mesmo com vigilância e cardápio balanceado, alguns atletas estão penando para se controlar.

"A comida é excelente. Eu amo arroz, feijão e bife. Mas tenho que passar o doce e ficar com vontade", afirma o nadador Felipe França. (DANIEL BRITO, EDUARDO OHATA, MARIANA LAJOLO E RODRIGO MATTOS)

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