Índice geral Esporte
Esporte
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Londres terá marmita a adeptos do Ramadã

2012 Por conta do mês sagrado do Islã, comitê planeja comida em arenas e restaurantes abertos na madrugada

MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A LONDRES

Comida nas arenas de competição, marmitas, carnes certificadas e restaurantes abertos até mais tarde são a esperança de mais de 3.000 atletas muçulmanos que podem ter de conciliar a disputa dos Jogos de Londres, que começam no dia 27, com o jejum do Ramadã, o mês sagrado do calendário islâmico.

A partir de hoje e durante um mês, os muçulmanos não se alimentam do nascer ao pôr do sol. E não podem nem beber água, fumar ou fazer sexo durante o período.

Para minimizar os efeitos do jejum nos corpos dos atletas que estarão na Olimpíada, a organização dos Jogos de Londres flexibilizou o horário do restaurante da Vila Olímpica, que ficará aberto durante a madrugada.

Também preparou opções para que os competidores muçulmanos possam quebrar o jejum nas arenas.

Na próxima sexta-feira, dia da cerimônia de abertura, por exemplo, o sol deve se pôr por volta das 20h50 de Londres. O evento no Estádio Olímpico está marcado para começar às 21h (17h de Brasília).

Nos Jogos da Juventude de 2010, em Cingapura, o Comitê Olímpico Internacional já havia testado esse esquema.

O Mundial de atletismo da Coreia do Sul, em 2011, também foi realizado durante o período do Ramadã.

Em grandes competições, alguns atletas, por decisão pessoal ou de suas equipes, não seguem o jejum à risca.

"Estamos providenciando uma gama completa de opções para quando eles precisarem quebrar o jejum", declarou Jackie Brock-Doyle, diretora de comunicação do Locog, o Comitê Organizador dos Jogos de Londres.

A cozinha da Vila Olímpica também tem à disposição dos esportistas comida halal. Carnes de vaca e de frango possuem um certificado que atesta que os animais foram abatidos de acordo com os preceitos islâmicos.

O Comitê Olímpico Internacional foi criticado por comitês muçulmanos por programar os Jogos de Londres para o período do Ramadã.

A entidade, no entanto, argumentou que as datas das Olimpíadas não podem ser definidas com base em questões religiosas. Além disso,o Ramadã varia de ano a ano, já que o calendário muçulmano é lunar.

O calendário de disputas já chegou a afetar as performances de atletas consagrados, que preferiram respeitar suas crenças religiosas.

O saltador britânico Jonathan Edwards, cristão, não competia aos domingos. Por causa disso, ele não participou do Mundial de 1991.

Dois anos depois, porém, ele relaxou suas próprias regras e conquistou a medalha de bronze no salto triplo.

Para tentar minimizar problemas relativos a religiões, o comitê organizador de Londres-12 instituiu o Grupo de Referência Multirreligiosa, formado há quatro anos.

Representantes de dez crenças participaram de reuniões regulares para discutir questões como voluntariado, alimentação, uniformes, segurança, emissão de ingressos e serviços religiosos.

Durante os Jogos, 193 líderes religiosos trabalharão na capital britânica. Eles foram escolhidos pelo programa de voluntários da Olimpíada.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.