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Nocaute

Time de Bernardinho ignora tradição italiana, vence fácil por 3 sets a 0 e assegura 16ª medalha para o país

Ivan Alvarado/Reuters
O levantador Bruno vibra na vitória do Brasil sobre a Itália
O levantador Bruno vibra na vitória do Brasil sobre a Itália

MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A LONDRES

A Itália ataca, e Murilo se joga nas placas para recuperar a bola. A Itália ataca, e Escadinha passa pelo lado de fora da rede para salvar mais uma vez. A Itália ataca, e Dante leva a torcida à loucura finalizando o incrível rali com um bloqueio sobre Lasko.

Não era tie-break ou qualquer momento de sufoco do Brasil. A jogada, que contou com duas defesas espetaculares da seleção, ocorreu quando o placar apontava 19 a 10 no segundo set da semifinal contra a Itália.

O Brasil já passeava em quadra, mas não relaxou em nenhum momento. Ignorou a Itália e toda sua tradição no vôlei. Venceu por 3 sets a 0 (25/21, 25/12 e 25/21) e se classificou para sua terceira final olímpica consecutiva.

A rival será a Rússia, time que foi praticamente demolido pela seleção na primeira fase, com um 3 sets a 0.

Bernardinho, normalmente tão autocrítico em relação às performances do Brasil, rendeu-se à atuação de ontem de seu time. Chamou a atenção sobretudo para a perfeição da segunda parcial.

"Foi um set para entrar nos anais. Costumo guardar vídeos dos melhores jogos, e esse eu quero mostrar para meus netos verem. Taticamente, tecnicamente, a postura, a disposição... O time foi incrível", afirmou o técnico.

Bernardinho programou o auge de sua equipe para Londres. Para isso, assumiu alguns riscos. Em pouco mais de um mês, lidou com uma derrota humilhante e com um resultado péssimo.

No início de julho, a seleção perdeu de 3 sets a 0 para Cuba, um time formado essencialmente por adolescentes e que nem sequer estava classificado para Londres-12.

Após a derrota para os caribenhos e, depois para a Polônia, a seleção terminou em sexto lugar na Liga Mundial, a pior colocação do Brasil na história da competição.

Restando só duas semanas para os Jogos, o técnico tinha uma equipe esfacelada emocionalmente pela campanha ruim na Liga Mundial e jogadores ainda em recuperação.

"Às vezes, tive algumas dúvidas. Será que estava fazendo a preparação correta? Será que não tinha que ter poupado o time na Liga Mundial? Aí, você vê que a essência do trabalho estava certa. Se eu não tivesse colocado o time para jogar a Liga Mundial, como eu poderia ter descoberto o Wallace?", indagou.

Ontem, o técnico respirou aliviado com as escolhas que, olhando retrospectivamente, parecem ter sido corretas.

Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, acenou para o treinador após a vitória na semifinal. Afinal, Bernardinho, mais uma vez, havia conduzido o Brasil ao pódio. Era a 16ª medalha conquistada em Londres, o que levou o país a bater o recorde de número de comendas obtidas em uma única edição.

"Isso [a vitória sobre a Itália] já é passado. O foco a partir de agora será a Rússia", afirmou Bernardinho.

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