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Véu

Mulheres muçulmanas são muitas em Londres, mas, no pódio da Olimpíada, são ainda bastante raras

DE SÃO PAULO

Não faltam mulheres muçulmanas na Olimpíada de Londres. Desde que você não as procure no pódio.

Seja por méritos esportivos, ou por convites, a participação feminina nas delegações dos países em que pelo menos metade da população é muçulmana é considerável.

Somando as 48 nações com este perfil, segundo dados da CIA, a agência de inteligência dos EUA, são 331 mulheres competindo em Londres, ou praticamente um terço das delegações de seus países (a média geral dos Jogos britânicos fica em 44%).

Em alguns casos, a participação feminina é até maior do que a masculina, como acontece com o Bahrein, que tem quatro homens e oito mulheres inscritos.

O Chade, onde 53% da população é muçulmana, levou duas mulheres para competir na Olimpíada de Londres, mas nenhum homem.

Mas a qualidade esportiva das mulheres muçulmanas está longe da dos homens.

Restando só dois dias para o final da Olimpíada, os países em que pelo menos metade da população é muçulmana ganharam 32 medalhas com atletas homens.

Já com mulheres eles foram ao pódio só oito vezes, sendo que duas com a Turquia, em que governo e religião são coisas separadas.

A proporção de 20% de pódios femininos se dá numa Olimpíada em que, de forma geral, 45% das medalhas distribuídas até agora foram em provas femininas. Há modalidades com mais categorias masculinas que femininas.

Algumas muçulmanas que competiram em Londres, como a judoca saudita que lutou com o véu, não tinham condição técnica para isso.

Na natação e no atletismo, houve tempos até 50% maiores que os de outras atletas.

Mas também são muitos os casos de esportistas que apresentaram evolução, como as iranianas, que, se não foram ao pódio, pelo menos registraram marcas razoáveis.

A distribuição das atletas de países muçulmanos ainda é desequilibrada. No tiro, elas responderam por 12% das inscritas na Olimpíada.

Já na natação, mesmo com convites, a rejeição de expor o corpo das mulheres em maiôs continua sendo obstáculo, tanto que as competidoras em Londres de países com população muçulmana expressiva não passaram de 6%.

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