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Nem revezamentos tiram Brasil do zero

ATLETISMO
País tem em Marilson última chance para não passar em branco no esporte pela 1ª vez em 20 anos

RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

O Brasil passou em branco no Estádio Olímpico de Londres. O atletismo nacional fracassou ontem nos revezamentos 4 x 100 m (masculino e feminino), últimas chances de medalha na sede central.

Ainda há uma oportunidade de chegar ao pódio na maratona, que não passa pelo estádio e acaba no "Mall", no centro de Londres.

Há chances amanhã, com Marilson Gomes dos Santos. Mas ele está longe de ser um dos favoritos, postos ocupados por etíopes e quenianos.

Se for superado pelos africanos, será a primeira vez em 20 anos que o atletismo do país acaba sem medalha em uma Olimpíada. A última vez foi em Barcelona-1992.

Os revezamentos em provas de velocidade foram responsáveis por salvar o país da seca em duas oportunidade: Sydney e Atlanta. Mas ontem produziram um fiasco.

No 4 x 100 m, a equipe feminina foi sétima colocada -só superou Trinidad e Tobago, desclassificada por errar na passagem de bastão.

"Não é só medalha que a gente vê. Os técnicos analisam os resultados para ver se fomos bem", observou a corredora Evelyn dos Santos.

Resultado: o tempo foi de 42s91, mais de dois segundos superior ao das americanas. A marca foi mais alta do que a feita nas eliminatórias.

A velocista Rosângela dos Santos, que fechou a prova, foi mais realista na análise.

"O objetivo era melhorar o tempo e não conseguimos. Não foi o que eu esperava."

A distância do país para as outras equipes, explicam as atletas, foi o fato de os rivais terem aprendido a passar com mais rapidez o bastão no revezamento. Antes, esse era o maior trunfo do Brasil.

Mas, agora, adversárias treinaram o fundamento e, como são mais rápidas, abriram vantagem para o Brasil.

Mesmo diagnóstico foi feito pelos homens. Eles caíram nas eliminatórias da prova.

Entre os 16 times, o Brasil ficou com o 12º tempo -a Grã-Bretanha foi eliminada por erro de passagem de bastão.

E isso porque o time conseguiu sua melhor marca na temporada, com 38s35.

"As equipes estão melhorando a passagem. Aumentou o nível. Era uma referência nossa. Agora, todos fazem", disse o corredor Bruno Lins. Para o atleta, os brasileiros precisam melhorar seus rendimentos individuais, diagnóstico igual ao feito pelas mulheres.

Nenhum atleta nacional foi às finais de provas de velocidade em Londres, nem no masculino nem no feminino.

"Deu para melhorar, mas não foi o suficiente", afirmou o velocista Aldemir da Silva.

Nenhum dos oito atletas brasileiros dos revezamentos colocou a culpa na falta de estrutura de que dispõem para explicar os resultados.

"Não podemos reclamar do investimento do COB, da confederação de atletismo, nem dos clubes", disse a corredora Ana Cláudia Lemos.

Antes, as candidatas ao pódio, Fabiana Murer, no salto com vara, e Maurren Maggi, no salto em distância, também fracassaram.

Sem nenhuma medalha em todos os Jogos até ontem e sem favoritismo, as Bahamas ganharam seu primeiro ouro justamente no atletismo. Bateram os EUA no revezamento 4 x 400 m em virada espetacular na reta final.

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