Índice geral Esporte
Esporte
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Ugandense 'meio louco' surpreende e vence maratona de pódio africano

ATLETISMO Continente fez ouro, prata e bronze em Londres, e brasileiro é quinto colocado

RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Por volta do km 37 da maratona de Londres-2012, o ugandense Stephen Kiprotich botou a mão na coxa. Parecia que sentia o ritmo e poderia perder a medalha.

Mas, em seguida, ele deu uma arrancada em distância de dez metros, ultrapassou os favoritos quenianos Abel Kirui e Wilson Kipsang e assumiu a liderança da prova.

Não perdeu mais a ponta e conquistou o primeiro ouro de Uganda em 40 anos, com tempo de 2h08min01.

"Significa muito para Uganda. Desde 72, eles não ganham um ouro", afirmou Kiprotich. Os dois quenianos ficaram com a prata (Kirui) e o bronze (Kipsang). O brasileiro Marilson Gomes dos Santos ficou com a quinta posição, após correr a maior parte da prova em quarto.

O ouro surpreende porque o atleta não era um dos favoritos e é visto como meio louco entre outros corredores. Nunca venceu uma das grandes maratonas mundiais.

A vitória ainda confirma o rejuvenescimento da prova - o atleta tem 22 anos- e o domínio africano -o continente ficou com todo o pódio.

Kiprotich se beneficiou do know-how de treinamento dos quenianos para vencer. Ele vive em Eldorete, centro de treinos dos quenianos.

Só que tem estilo meio excêntrico de correr, com arrancadas e falta de constância.

A prova começou com os corredores próximos até Kipsang abrir frente a partir dos 10 km. Era uma vantagem de pouco mais de 30 segundos, mas um grupo forte de cinco corredores o seguia, entre eles Marilson e Kiprotich.

O grupo foi se reduzindo até só sobrarem o ugandense e Kirui. Eles atacaram o líder e o alcançaram no km 25. O trio passou a correr junto.

"Sabia que não podia fugir deles, então me mantive com eles. Tentei escapar depois porque queria essa medalha", contou Kiprotich.

De fato, correram juntos por 12 km, com Marilson um minuto atrás. Até que Kiprotich usou da sua loucura para ultrapassar os dois quenianos em um dos vários traçados sinuosos do percurso.

Kipsang sentiu sua arrancada inicial e o forte calor e ficou. Kirui tentou acompanhar o líder, sem sucesso, e terminou 26 segundos atrás.

Restou a Kiprotich mais uma tarefa difícil: achar uma bandeira de Uganda na multidão povoada de símbolos quenianos. Encontrou e cruzou a chegada com ela.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.