Futebol

Dirigentes divergem sobre futuro da seleção

A perda da medalha de ouro provocou um terremoto na seleção brasileira, que está na Suécia para disputar um amistoso, agendado para ser festivo, nesta quarta-feira.

O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin, pregou a continuidade de Mano Menezes como técnico do time. Mas o clima é de incerteza, e há indícios que apontam para uma mudança.

"É hora de pensarmos no futuro, na Copa das Confederações, na Copa do Mundo", disse Marin na chegada do time a Estocolmo ontem.

Em outra corrente está Marco Polo Del Nero, que é vice da CBF, conselheiro e braço direito de Marin.

O mandatário da FPF é menos incisivo do que o presidente da CBF no discurso de manutenção do trabalho.

Segundo a Folha apurou com dirigentes na Europa e no Brasil, o cartola gostaria de renovação maior na seleção, o que envolveria a troca de nomes em vários postos-chave do time e da CBF.

Marin deu entrevistas nas quais afirmou que Mano continua no cargo, mas não seguiu os gestos de seu antecessor nesses momentos.

Logo após a eliminação da Copa América em 2011, Ricardo Teixeira publicou nota no site da CBF para bancar oficialmente a permanência de Mano Menezes no cargo.

Repetiu o gesto quando a seleção apanhou da Alemanha, em agosto do ano passado. Marin, apesar de ser onipresente no site da confederação em fotos com políticos e cartolas, não oficializou seu apoio ao treinador.

De qualquer maneira, mudanças só poderão ocorrer depois do amistoso contra a Suécia, em Estocolmo, na despedida do Rasunda, estádio do título mundial de 1958.

A reportagem não encontrou Marco Polo Del Nero para comentar o assunto -telefones não foram atendidos.

A seleção brasileira será representada pela base da equipe olímpica, que no sábado foi derrotada pelo México por 2 a 1, na decisão do ouro.

O técnico Mano Menezes não poderá contar com o lateral esquerdo Marcelo, que foi expulso contra a Argentina, no último amistoso, e terá que cumprir suspensão.

Para reforçar o time da Olimpíada, chegam hoje à Suécia os outros seis jogadores convocados por Mano: Daniel Alves, David Luiz, Dedé, Paulinho, Ramires e Jonas.

ABATIMENTO

O time chegou de cabeça baixa ontem ao suntuoso hotel que lhe serve de concentração em Estocolmo.

Só o volante Rômulo e o zagueiro Thiago Silva pararam para dar entrevistas. "Não consegui dormir a noite toda", disse o capitão.

E voltou a defender que Mano continue como técnico. "Com muito trabalho vamos superar esse momento difícil", afirmou ele.

O volante Rômulo não escondeu o abatimento. "É difícil, doloroso entender uma derrota assim", disse.

"Infelizmente é coisa que acontece no futebol, temos que aprender com isso e continuar com a cabeça erguida", disse o volante.