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Queda de Scolari, desafeto do colega rival, faz de Tite o treinador mais longevo

DE SÃO PAULO

Em outubro de 2010, contra o Palmeiras de Luiz Felipe Scolari, Tite assumiu o Corinthians: vitória por 1 a 0, pelo Brasileiro, no Pacaembu.

Hoje à tarde, ele atravessará o gramado do estádio paulistano como o mais longevo treinador do país: nenhum clube do Campeonato Brasileiro tem um treinador há tanto tempo no mesmo cargo.

"Não tem ninguém na minha frente, não? Não quero ser o próximo da lista", brincou o corintiano, anteontem.

A história da segunda passagem de Tite pelo Corinthians tem capítulos de uma relação estreita e complicada com Scolari, que até quinta-feira era o técnico com mais tempo na função no país.

Eles se conhecem há mais de 30 anos: foi Scolari quem deu a Tite o apelido, em Caxias do Sul. Mas uma declaração de Scolari azedou a relação. Em fevereiro de 2011, Tite vivia seu momento mais difícil no clube: havia sido eliminado pelo Tolima na Libertadores. E o jogo seguinte seria contra o Palmeiras.

Scolari disse que aceitaria perder para salvar o colega; Tite se irritou profundamente e lembrou que o Palmeiras não se esforçou para vencer o Fluminense, no Brasileiro de 2010, atrapalhando o sonho do título corintiano.

O Corinthians ganhou, e Tite ficou. Meses depois, o episódio do "fala muito" acabou de vez com a relação: Tite gritou a plenos pulmões, e com gestos, reclamando que o colega falava demais.

"A gente tem feito grandes clássicos. Quis o destino que fossem sempre em momentos cruciais. Se tivéssemos perdido do Palmeiras [em fevereiro de 2011], depois do Tolima, talvez eu não estivesse aqui", disse Tite. "Se tivéssemos perdido na final do Brasileiro [2012] também seria complicado. O clássico sempre tem um caráter decisivo."

Scolari se foi, e Tite continua firme, rumo ao Japão, que o colega visitou duas vezes, por Grêmio e Palmeiras, e voltou sem o título. A mágoa, porém, permanece.

"Eu e Felipe conversamos só nos jogos em que nos enfrentamos. Tenho uma gratidão por ele muito grande", disse, quando questionado sobre se havia telefonado a Scolari após a demissão.

"Mas cada um defende seu clube. Era o momento de defender seu clube. Eu luto pelo meu, tu lutas pelo teu", disse, sobre o episódio "fala muito". "Mas vou pedir a vocês [jornalistas]: não quero mais falar deste assunto."

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