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Governo reclama de ato político do Barça

ESPANHOL
Para ministro, manifestações pró-Catalunha em clássico passam imagem ruim e afastam investidores

DE SÃO PAULO

As manifestações pela independência da Catalunha feitas pela torcida do Barcelona no clássico com o Real Madrid, anteontem, provocaram a reação do governo.

O ministro de Relações Exteriores da Espanha, José Manuel García-Margallo, disse ontem que o espetáculo separatista transmitido para mais de 400 milhões de pessoas só prejudica ainda mais a imagem do país, já desgastada por sua grave crise.

"Penso que é negativo você passar imagem de desunião em vez de esforço coletivo em um momento de convulsão como o que vivemos, com todos os países competindo pelos escassos investimentos", disse o ministro.

O clássico, que terminou em 2 a 2, ganhou uma conotação política especial devido à nova onda de manifestos pedindo a separação da região autônoma. Os protestos têm como origem as desavenças causadas pelas recentes dificuldades financeiras.

O próprio Barcelona, hoje dirigido por Sandro Rosell, eleito sob a bandeira de diminuir o uso do clube como bandeira da causa, incentivou as ações ao distribuir cartolinas para que o público formasse a bandeira da Catalunha em um mosaico no Camp Nou.

Além disso, os torcedores gritaram "independência" aos 17 minutos do primeiro e do segundo tempo e exibiram várias faixas e cartazes com mensagens pela ruptura.

"O clamor foi espetacular. Mais que o resultado, é preciso dar destaque para esse ambiente espetacular, muito catalão, completamente positivo e educado", disse o presidente da região, Artur Mas.

Seu gabinete reclamou das declarações de García-Margallo e transformou as críticas em mais um capítulo no conflito entre o governo central, sediado em Madri, e o movimento pró-Catalunha.

"O ministro não aceita a expressão livre e democrática de quem estava no estádio. Isso demonstra que em Madri não entendem nada que está acontecendo. Os torcedores se expressaram de uma forma convencional, sem insultos", completou o porta-voz do governo da Catalunha, Francesc Homs.

Segundo o jornal "El País", os catalães estão preparando uma campanha internacional para explicar seu objetivo com a convocação de um referendo com a população sobre o futuro da região. A ideia é convencer a União Europeia a dar uma autorização para a consulta popular se o governo espanhol mantiver a intenção de proibir do pleito.

Com as agências de notícias

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