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Juca Kfouri

Veias abertas

Colombianos e argentinos torcem por suas seleções como nós já torcemos pela brasileira

LOS HERMANOS aplaudem suas seleções e vibram com seus gols e jogadas como, um dia, também nós, brasileiros, aplaudimos e vibramos.

Estive em Bogotá na última sexta-feira para participar da "Colpin", a Conferencia Latinoamericana de Periodismo Investigativo.

Deu orgulho ver craques desta Folha como Andreza Matais e Catia Seabra ganhando o primeiro prêmio com a reportagem que redundou na queda de Antonio Palocci, e como Rubens Valente, prêmio especial do juri pela série sobre os telegramas secretos do Itamaraty.

Pude ver, também, tanto a vitória da seleção colombiana sobre a paraguaia quanto a da argentina sobre a uruguaia. Tive inveja.

A vibração dos colombianos com seu novo time, aparentemente capaz de despertar emoções como aquele que tinha Fred Rincón, Valderrama, Asprilla e Valencia, em 1993, se justifica, quase 20 anos depois, pela busca permanente por um lugar ao sol, agora com o artilheiro Falcao Garcia e sob o comando do técnico argentino José Pékerman.

É claro, o colombiano não faz ideia do ponto em que o brasileiro não só chegou como se acostumou a estar.

Com o hincha argentino é diferente, também acostumado a frequentar o paraíso, mas nem por isso menos afeiçoado à sua seleção, apesar de Julio Grondona.

A barulheira no hotel em Bogotá dava a medida do interesse colombiano pela disputa das eliminatórias para a Copa no Brasil e a festa orgulhosa pela manutenção do segundo lugar é digna desta nota.

Assim como jornalistas argentinos bastante críticos, como Ezequiel Fernández, do jornal portenho "La Nación", não abdicaram de ver o jogo em plena hora de funcionamento do congresso, ao lado de seus entusiasmados turistas compatriotas.

Sim, são jogos que valem, não amistosos, como o de amanhã de Kaká (bela volta, bela volta!) e companhia contra o Japão na distante Wroclaw, na Polônia.

Mas, apesar disso, confesso que tive inveja mesmo, porque, insisto em vão, que não devemos confundir os Havelange/Teixeira/Marin com o time brasileiro, como fomos capazes de não confundi-lo com Havelange/Médici, na Copa de 70.

Em tempo: minha apresentação no "Colpin" teve como título "La corrupción en la Confederación Brasileña de Fútbol". Que não se confunde com a minha paixão pelo futebol.

FIM DA AFLIÇÃO

O ano acabou para o Palmeiras. Mal, muito mal. Só resta aproveitar o que resta para preparar um 2013 redentor, em seu centésimo ano.

Pude ver a partida e o resultado mínimo para o Náutico esteve longe de refletir o jogo, que poderia ter acabado em 3 a 0, não fossem Bruno e a trave.

De nada adiantará, agora, alimentar falsas esperanças de um lado, nem apelar para violência do outro.

É hora de ser realista.

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