À la Ali, Anderson Silva bate 'salvador' do UFC no 1º assalto

Em um combate em que resgatou a estratégia psicológica de Muhammad Ali, que desestabilizava os rivais com show de esquivas e firulas, Anderson Silva, 37, melhor lutador de MMA (em inglês, artes marciais mistas), derrotou o americano Stephan Bonnar, no primeiro assalto, no Rio.

De costas para a grade, baixou os braços, caminhou como se estivesse na rua e "limpou" um suor imaginário do rosto com o rival à sua frente. Um membro de sua equipe afirmou que ele tinha assistido a combates de Ali.

A vitória do brasileiro foi decretada quando o árbitro decidiu poupar o americano, que fora levado ao chão após uma forte joelhada e que estava sendo castigado com uma sequência de socos.

Na luta, o cinturão de Anderson não estava em jogo.

O atleta acumula agora vitórias sobre os dois lutadores que participaram do combate reconhecido como aquele que salvou o UFC do fim.

Curiosamente o outro lutador a quem derrotou foi Forrest Griffin. Ele e Griffin foram à final da primeira edição de "The Ultimate Fighter", reality show reconhecido pelo UFC como grande responsável pela sua sobrevivência.

Segundo Lorenzo Fertitta, sócio da Zuffa, dona do UFC, ele chegou a pedir que Dana White, presidente da promotora de lutas, encontrasse um comprador para o UFC, que na época perdia dinheiro.

Quando Dana retornou com uma proposta, só não vendeu o UFC por achar que o valor era muito baixo.

A chance derradeira para o UFC se recuperar surgiu em 2005, com o reality show, que trazia o dia a dia de aspirantes a um contrato no toneio.

O drama pessoal dos atletas chamou a atenção do público, que viu que eles eram mais que máquinas de bater.

Até hoje Dana diz que Griffin x Bonnar foi a melhor coisa que aconteceu ao UFC.

Questionado se achava que a vitória de Anderson sobre Griffin e Bonnar era o final de uma era, Dana foi enfático. "Final de uma era será quando Anderson se aposentar."