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São Paulo, domingo, 01 de junho de 2003

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Fábio Costa e Rogério, dentro de campo, e Leão e Rojas, no banco, fecham semana de controvérsias e roubam a cena no duelo dos melhores paulistas no Brasileiro

No 1º clássico, goleiro é estrela

Fernando Santos/Folha Imagem
O goleiro Fábio Costa, barrado pelo ex-goleiro Leão contra o Cruz Azul e que volta ao Santos hoje


Caio Guatelli/Folha Imagem
O goleiro Rogério, suspenso pelo STJD e depois liberado para defender o São Paulo do ex-goleiro Rojas


DA REPORTAGEM LOCAL

No primeiro clássico paulista do Brasileiro-2003, goleiros e ex-goleiros são as grandes estrelas.
Santos e São Paulo, que jogam hoje, na Vila Belmiro, às 16h, passaram a semana discutindo medidas de seus técnicos, que foram guarda-metas, e os atletas que os servem agora nessa posição.
Falou-se mais nos dias que antecederam a partida de Emerson Leão, Roberto Rojas, Rogério, Roger, Fábio Costa e Júlio Sérgio do que dos astros do ataque, como Luis Fabiano, Diego e Robinho.
Em todos os casos, a personalidade forte que acompanha os "loucos" da bola floresceu.
No Santos, um episódio envolvendo Leão e seu goleiro titular abriu uma ferida no clube. Liberado pelos médicos para jogar contra o Cruz Azul, pela Libertadores, Fábio Costa acabou vetado pelo treinador, que, bem ao seu estilo autoritário, disse que quem escalava o time era ele e pronto.
"O departamento médico liberou para treino com bola, mas sou eu quem escala, e, para mim, lesão muscular é mais grave que um traumatismo", declarou Leão.
A decisão desagradou ao titular e respingou até no reserva Júlio Sérgio, de temperamento bem mais tranquilo, mas que ficou irritado com quem temia sua escalação em um jogo tão decisivo.
Nesta tarde, Fábio Costa, um dos heróis na conquista do Brasileiro-2002 e da classificação santista às quartas-de-final da Libertadores, estará de volta. Vai desafiar um time que viveu situação parecida nos últimos dias.
No São Paulo, os holofotes ficaram concentrados em quem já tentou ou tenta evitar gols.
Primeiro, Rogério, líder do time, foi a primeira "vítima" da idéia do STJD de usar o olho eletrônico para coibir a violência.
Flagrado pelas câmeras supostamente agredindo o atacante Dimba, do Goiás, o são-paulino foi suspenso preventivamente por Luiz Zveiter, o chefão do tribunal esportivo. O goleiro esperneou, os advogados do clube entraram em campo, e Rogério acabou liberado para jogar na Vila Belmiro.
Enquanto o direito esportivo era discutido, sobrou para o reserva Roger, que, ao mesmo tempo em que era chamado para a vaga do ídolo do clube, enfrentava graves problemas pessoais.
Roberto Rojas, chefe dos dois e goleiro do Chile na farsa montada pela seleção desse país no Maracanã nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1990, abandonou o estilo discreto que vinha adotando na sua interinidade como treinador são-paulino.
Depois de mudar o esquema tático da equipe com sucesso, ele viveu seu primeiro problema de relacionamento. Ao barrar o lateral Leonardo, Rojas foi contestado, mas mostrou firmeza. Enfrentou os microfones e, como Leão, falou que quem mandava era ele.
"Não existe fórmula fechada para se dirigir um time, mas o São Paulo tem técnico. E sou eu. Troco os jogadores quando quiser", disse o chileno, que acrescentou estar respaldado. "O presidente me deu liberdade para fazer o que eu achasse melhor."
No clássico de hoje, os duelistas entram em campo com 18 pontos na classificação do Nacional. Com vantagem no saldo de gols, o Santos estava em terceiro, e o São Paulo em quarto, antes do início da rodada. Quem vencer deixa o rival para trás, fica na zona de classificação para a Libertadores-2004 e se credencia como o mais próximo concorrente da dupla Cruzeiro e Internacional.


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