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São Paulo, domingo, 01 de junho de 2003

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FUTEBOL

Famosos pelo espetáculo, rivais se destacam hoje pela força na marcação

São Paulo e Santos trocam ataque total por pegada

MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Santos e São Paulo, ícones recentes do futebol arte, entram em campo hoje, na Vila, com futebol bastante diferente do que os consagrou nos últimos confrontos.
Com a maratona de jogos dos santistas e com a mudança no comando dos são-paulinos, os rivais abdicaram do espetáculo e apostam no pragmatismo para se manterem nas primeiras colocações da tabela do Brasileiro.
O Santos de Emerson Leão e o São Paulo de Roberto Rojas agora prezam primeiro pela marcação.
Os santistas, que começaram a rodada na terceira posição, destacam-se nos desarmes (130,7 por jogo, em média) e nas faltas (26,5) e têm a melhor defesa do torneio. Foram apenas nove gols sofridos até agora. Menos da metade sofrida pelo São Paulo (19), que pára o adversário nas infrações (27,1). O time do Morumbi é o terceiro mais violento do Nacional: 30 cartões amarelos e cinco vermelhos.
As estatísticas de defesa levantadas pelo Datafolha dos rivais de hoje impressionam mais do que os insinuantes dribles de Robinho ou os toques de letra famosos no Morumbi. Paraná (24,7), Fluminense (20,4), Coritiba (19,4) e até mesmo o lanterna Goiás (19,4) driblam mais do que o Santos (17,9) e o São Paulo (17).
Robinho não liga. Criticado pelas atuações bem menos empolgantes do que as que o projetaram no ano passado, o atacante disse que nada é mais importante do que vencer. Ainda que só por um gol de diferença. Leão foi mais exigente. "Estamos tendo bons resultados, mas precisamos melhorar nossa técnica", afirmou.
Nem com os 26 gols anotados em 27 jogos do São Paulo em 2003 Luis Fabiano tem sido o alvo dos maiores elogios de Rojas. O chileno, que assumiu há quatro semanas, adotou um esquema com três volantes e insiste em enaltecer a melhora da defesa desde então.
Com o demitido Oswaldo de Oliveira, em média, o time fazia 2,52 gols e tomava 2,3 por partida no Brasileiro. Com Rojas, que o substituiu a partir da sétima rodada, o São Paulo piorou ofensivamente (média de 2,25 gols), mas melhorou consideravelmente defensivamente -agora a média é de 1,25 gols tomados por jogo.
"Não estou preocupado em jogar bonito nem com os cartões recebidos. Estou preocupado com o rendimento, que está bom. A marcação tem sido fundamental. Estamos marcando muito melhor que antes", disse o invicto Rojas, que vai repetir a escalação de três volantes que deu certo contra o Grêmio em Porto Alegre.

Parede
Adriano, Alexandre e Júlio Baptista vão formar o meio-campo com Aílton para tentar brecar os avanços do Santos. "Ele [Rojas] pediu para marcarmos mesmo muito forte", afirmou Adriano.
Ainda que Kaká e Ricardinho, contundidos, tivessem condição de jogo, os volantes seriam mantidos. Kaká faria dupla com Luis Fabiano no ataque.
"O São Paulo tem treinador. Eu decido. Não para mostrar força, mas para buscar o melhor do grupo. Os três volantes dão cobertura e são importantes para proteger a defesa", afirmou Rojas, que escolheu Jorginho Paulista para substituir Fabiano, suspenso.
O Santos também estará mais fechado, apesar de jogar em casa. Cansado de insistir com Willian e Douglas no ataque, Leão decidiu testar o reserva "curinga" Fabiano, ex-São Paulo, no setor.
"Ouvi uma entrevista do Rojas, que dizia que não abrirá mão de jogar com três volantes. Quem tem uma filosofia dessas, joga primeiro para não perder", afirmou Leão, que escalou o volante/lateral/meia para fazer, com Robinho, a dupla de frente.


NA TV - Globo (apenas para São Paulo) e Record (só para São Paulo e Curitiba), às 16h


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