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São Paulo, domingo, 01 de junho de 2003

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ANÁLISE

Ministro esquece que lei do futebol vale para todos

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

Inexiste a palavra futebol no Estatuto do Torcedor, que é, desde a sua concepção, universal, válido para todas as modalidades. Ocorre que o estatuto foi pensado apenas para o futebol, seus estádios e, por que não dizer, para seus dirigentes.
Exatamente por isso, quem tentou espernear contra a nova legislação há cerca de dez dias foram os cartolas, e só eles. Pouco se ouviu do chamado esporte olímpico, merecedor de inexplicável salvaguarda verbal do ministro Agnelo Queiroz.
O homem que em última instância gere o esporte nacional disse que a lei só vale para o futebol. Ou seja, o que nela está escrito só concerne ao esporte mais popular do país. Como?
O torcedor que vai ao Ibirapuera ou ao Maracanãzinho não tem direito então a um cachorro-quente decente? Ou a banheiros limpos, a recibo pelo ingresso, à segurança e a todas as conveniências que agora devem ser exigidas dos estádios?
O torcedor de basquete, vôlei, natação, atletismo, F-1 não merece o mesmo tratamento que o do futebol? Aparentemente não, dada a discriminatória fala do ministro. Faltariam a esses esportes estrutura, recursos.
Só que, a despeito da opinião do ministro, todas as modalidades cabem, pois a lei é para todos. E, enquanto ela não mudar, torcedor será torcedor, cartola será cartola. Afinal, por aqui até amador é profissional.


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