DA REPORTAGEM LOCAL

O caminho de Maurren Maggi até Atenas está cada vez mais complicado. E hoje a atleta anuncia se encara ou não o desafio.
Se decidir tentar ir à Grécia, Maurren terá ainda de vencer a batalha nos tribunais. Absolvida pelo STJD, ela aguarda agora a decisão da Iaaf, a federação internacional, que pode aceitar ou não a decisão. Nunca uma sentença do Brasil foi ratificada pela entidade.
"A Iaaf tem uma política que considera o atleta totalmente responsável por tudo que está dentro de seu corpo", afirmou à Folha Nick Davies, porta-voz da Iaaf.
Maurren diz que teve teste positivo para clostebol, um esteróide anabólico, por causa do uso da pomada Novarderm após uma sessão de depilação a laser. Sua defesa alegou contaminação.
Se não for absolvida pela Iaaf, a atleta pode apelar ainda à Corte de Arbitragem do Esporte.
Os trâmites, no entanto, podem demorar. A Confederação Brasileira de Atletismo, que estava empenhada em agilizar o processo -queria que fosse apreciado pela Iaaf na reunião de março-, irritou-se com a indefinição da atleta e deve abandonar a pressa.
A CBAt já recebeu a sentença de absolvição do STJD e agora terá de traduzi-la para o inglês antes de enviá-la à Iaaf.
Maurren não treina direito desde agosto, quando foi suspensa preventivamente após o antidoping, e não voltou às pistas depois do julgamento, há duas semanas.
A saltadora ficou de se apresentar hoje ao técnico Nélio Moura para comunicar sua decisão.
Ela já havia manifestado a seu patrocinador, a BM&F, a intenção de se dedicar mais à família.
A indefinição sobre a volta aos treinos também desagradou a empresa, que pagava cerca de R$ 10 mil à saltadora. A Bolsa pode até repassar para a atleta os custos dos advogados que trabalham em sua defesa no caso do doping.
A empresa disse que não se reunirá hoje com a saltadora, mas divulgará nota com a decisão dela.
Na sexta-feira, na casa dos pais, em São Carlos, Maurren declarou à Folha que ainda não sabia exatamente o que iria fazer.



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